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Plano Safra é insuficiente, diz Arnaldo Jardim

Plano Safra, anunciado em R$ 475 bilhões, deveria ser de R$ 570 bilhões para atender à necessidade de capital do setor, afirmou o deputado federal

O valor do Plano Safra 2024/25, de R$ 475 bilhões, é insuficiente para atender a necessidade de capital prevista, estimada em R$ 570 bilhões, afirmou nesta sexta-feira o deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania-SP). No ano passado, o governo destinou R$ 451 bilhões ao Plano Safra.

“A nossa previsão é que a safra, para ser plantada e colhida, vai demandar um investimento total na casa de R$ 1,2 trilhão. O Plano Safra é uma parte pequena disso. O agro tem buscado outras formas de financiamento, seja pelas operações de barter ou outros instrumentos, como o mercado de capitais”, afirmou Jardim.

As estimativas do deputado, que é vice-presidente da FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária) é baseada em projeções da CNA (Confederação Nacional da Agricultura) e da OCB (Organização das Cooperativas do Brasil).

O valor do novo Plano Safra foi divulgado nesta sexta-feira pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, em entrevista ao Valor. Do total, a agricultura empresarial terá R$ 400,6 bilhões, dos quais R$ 293,9 bilhões serão para custeio e comercialização e R$ 106,7 bilhões para investimentos.

Questionado a respeito do timing para a divulgação do Plano Safra — tradicionalmente feita em maio, durante a Agrishow —, o deputado elencou alguns fatores para o atraso. Um deles foi a crise causada pelas enchentes no Rio Grande do Sul.

“Mas o atraso foi além do que seria razoável. Não é que você vai poder pegar o recurso assim que for anunciado”, disse Jardim em coletiva de imprensa durante o Global Agribusiness Forum, evento promovido pela Datagro e pela XP Investimentos em São Paulo. Nas contas dele, se o governo for muito ágil, o processo leva, no mínimo, 10 dias úteis.

E a taxa de juros?

O setor ainda aguarda a divulgação de qual serão as taxas de juros aplicadas. Há um ano, a Selic era de 13,5% e agora está em 10,5%. “Nós estamos aguardando como essas taxas virão. Não temos uma expectativa de que haja uma redução na mesma magnitude da Selic”, afirmou o deputado.

Apesar de a taxa de juros ter diminuído, a expectativa do mercado financeiro é de estabilidade da Selic nos próximos meses, o que precisa ser incorporado. “Eu sei que o governo está fazendo cálculo, está fazendo suas últimas projeções para isso. Esperamos ter isso até segunda-feira, para que a FPA possa emitir uma opinião final”, disse.

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