As exportações da carne de frango produzida no Rio Grande do Sul sofreram várias restrições nesta quinta-feira, um efeito colateral da detecção de um caso da doença de Newcastle em uma granja no Vale do Taquari.
China, Arábia Saudita e África do Sul, três dos maiores compradores do frango brasileiro, estão entre os destinos suspensos para os frigoríficos gaúchos. As vendas para o Japão, por sua vez, só estão bloqueadas no raio de 50 quilômetros do foco do vírus.
As informações sobre as restrições comerciais aparecem em um ofício circular assinado e distribuído há pouco por Paola Oliveira, diretora-substituta do Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, e Juliana Chino, diretora do Dipoa (Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal) do Ministério da Agricultura.
As restrições seguem as determinações dos certificados sanitários internacionais firmados entre o Brasil e cada país importador.
Em âmbito nacional, existem duas barreiras, menos representativas: Argentina e União Europeia. No ano passado, os europeus responderam por 4,3% das exportações nacionais. As vendas aos argentinos são pouco relevantes, conforme os dados compilados pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Para o Rio Grande do Sul, que representa quase 15% das exportações brasileiras de carne de frango, as restrições são mais um baque para um Estado que já sofreu com as enchentes de maio. Se China, Arábia Saudita e África do Sul replicarem, na região, a mesma participação que possuem em âmbito nacional, isso significa que os gaúchos vão perder quase um terço do mercado exportador.