O combustível sustentável de aviação acaba de ganhar uma parceria de peso. A Corteva e a BP anunciaram a criação de uma joint venture para produção e fornecimento de matéria-prima para a produção de SAF (sigla em inglês usada para o biocombustível).
De um lado, a Corteva usará a tecnologia de suas sementes e o relacionamento com agricultores para garantir a matéria-prima. Já a BP contribuirá com a sua capacidade de refino e de comercialização.
O acordo prevê um aumento progressivo no volume de produção, alcançando a entrega de 1 milhão de toneladas por ano de matéria-prima para produção de SAF até meados da década de 2030.
O objetivo é atender à demanda da União Europeia, que determina que, até 2035, pelo menos 20% do combustível usado nos aeroportos da Europa contenha SAF. Até 2050, esse percentual deverá subir para 70%.
A Corteva vai contratar agricultores da América do Sul, América do Norte e Europa para cultivar canola, girassol e mostarda, variedades proprietárias da Corteva adequadas para a produção de SAF.
A joint venture também pretende introduzir novos sistemas de cultivo para produzir óleo que atenda aos critérios da diretiva europeia RED III e seja elegível para se beneficiar dos incentivos da política de baixa intensidade de carbono dos Estados Unidos.
“Estamos entusiasmados com a perspectiva de parceria com a BP para ajudar a indústria aérea europeia a se tornar mais sustentável e oferecer uma nova fonte de renda para os agricultores”, diz Brook Cunningham, Diretor de Estratégia da Corteva, em comunicado.
Novidades também no trigo
Ainda nesta segunda-feira, a Corteva também antecipou aos investidores uma nova tecnologia proprietária para o cultivo do trigo.
“A Pioneer introduziu o milho híbrido em 1920 e, desde então, nossa tecnologia ajudou a alcançar um aumento de produtividade de mais de 600%. Agora, estamos preparados para fazer o mesmo com o trigo”, afirmou Sam Eathington, diretor de tecnologia e digital da Corteva, em comunicado.
Em perspectiva, a falta de avanços na indústria do trigo ao longo dos últimos anos veio, principalmente, da carência de sistemas de produção capazes de fazer o cruzamento de sementes entregando ganhos significativos de produtividade.
Nesse sentido, a Corteva aponta que sua nova tecnologia proprietária mostrou, em testes, que funciona em 100% do germoplasma de trigo — o que permite ganhos genéticos mais rápidos e em escala comercial.