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Fundador da Solubio acena a credores com oferta de recompra do controle

Alber Guedes conta com o apoio da Rio Paraíso para capitalizar a Solubio, mas os planos do Aqua Capital são outros

A concessão de um empréstimo de R$ 30 milhões do Aqua Capital à Solubio não é a única alternativa para reforçar o caixa da companhia de biológicos onfarm.

Por meio de intermediários, o fundador da empresa, Alber Guedes, sondou alguns dos credores acenando com uma capitalização, com o que poderia reassumir o controle e transformar a gestora de Sebastián Popik em uma acionista minoritária.

A ideia é ter uma proposta formal até segunda-feira, antes da assembleia extraordinária de acionistas que vai discutir o empréstimo do Aqua Capital e a conversão de mútuos em ações.

Nas articulações, Guedes não está sozinho. A intenção de reassumir o controle da Solubio contaria com o apoio do produtor rural Alessandro Romio, dono da Agropecuária Rio Paraíso — terceira maior acionista da Solubio, com 11,9%.

Juntos, Guedes e Rio Paraíso possuem 32,2% do capital da fabricante de biológicos onfarm. Com a capitalização, ficariam com a maior parte do capital da Solubio, disse uma fonte.

A ideia de uma capitalização liderada pelo fundador encontra resistências no Aqua Capital e está longe de um consenso, apurou The AgriBiz. Alguns credores acham que a situação pode virar uma disputa mais quente entre a firma de private equity e os acionistas liderados por Guedes.

Para uma fonte que conhece os bastidores da Solubio, o empréstimo de R$ 30 milhões do Aqua Capital que será discutido na próxima terça-feira pode ser insuficiente para resolver os problemas, mesmo quando combinada à conversão dos mútuos de R$ 50 milhões em ações.

Um dos argumentos em favor dos minoritários é que a proposta de Guedes seria economicamente mais vantajosa para o futuro da Solubio do que o empréstimo proposto pelo Aqua Capital.

Segundo uma das fontes ouvidas por The AgriBiz, a conversão dos mútuos que Guedes fez à Solubio, somada às parcelas de recompras de ações que o fundador ainda tem a receber (e, portanto, são consideradas uma dívida) e à capitalização sinalizada, resultaria em um benefício de cerca de R$ 100 milhões para a estrutura de capital.

“O que achamos positivo é que os dois lados estão trabalhando em algum caminho, colocando energia para tornar a Solubio sustentável”, disse uma fonte que conhece a situação de perto.