A região produtora de grãos conhecida como Matopiba, formada estados do Maranhão, Tocantins Piauí e Bahia, vem registrando chuvas irregulares desde meados de novembro, gerando preocupação com diminuição da produtividade em lavouras de soja, milho e algodão.
A região do Coaceral, no noroeste da Bahia, e áreas ao norte do município maranhense de Balsas receberam menos de 75 milímetros em 30 dias, segundo estimativas do CPTEC/Inpe. Com a chuva fraca, a umidade do solo vem diminuindo desde o norte de Minas Gerais até a divisa do Maranhão com o Tocantins.
Haverá um alívio nas próximas semanas: o Matopiba receberá chuva forte entre os dias 23 e 29 de dezembro. Mas nada garante que, após a esse episódio, o Matopiba não tenha um novo e longo período mais seco, sobretudo na segunda quinzena de janeiro.
Além da ausência do fenômeno La Niña, a temperatura mais elevada do Atlântico Equatorial Norte faz com que a umidade do ar permaneça baixa sobre as áreas de grãos, inibindo precipitações frequentes e abrangentes.
Sudeste e Sul
Enquanto as chuvas no Matopiba têm sido insuficientes, nas regiões Sul e Sudeste as precipitações têm sido mais intensas, especialmente sobre o Paraná, onde o acumulado passou dos 400 milímetros em municípios do centro do Estado.
Entre o Natal e Ano Novo, o Sudeste e o Centro-Oeste terão invernadas, com acumulados superando os 250 milímetros em Minas Gerais na virada do ano.
Por outro lado, o Sul terá uma passagem de ano com tempo mais seco, o que já tem deixado muitos produtores apreensivos. Mas, como a chance de desenvolvimento do fenômeno La Niña é baixo, a tendência é de que o espaçamento entre as precipitações não seja tão longo a ponto de trazer perdas aos três Estados da Região. Previsões mais longas indicam aumento da chuva na região a partir da segunda semana de janeiro.
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Celso Oliveira, colunista de The AgriBiz, é especialista em tempo e clima da Safira Energia. Atua há mais de 20 anos em previsões climáticas para a agricultura.