Depois de paralisar as atividades de campo em Mato Grosso num momento próximo à colheita da soja e ao plantio da segunda safra, a chuva enfraquecerá consideravelmente sobre a metade norte do Brasil a partir desta quinta-feira, retornando ao centro e sul do País.
Inicialmente, os estados que mais sentirão a mudança são São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul, com aumento da precipitação. Já o Matopiba, Goiás, Mato Grosso e Rondônia receberão menos chuva que o normal.
A mudança será bem-vinda por todos, pois aumenta a umidade do solo e estanca as perdas que acontecem na primeira safra de milho e na safra de soja do Paraná e na safra de soja de Mato Grosso do Sul.
Em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, onde as altas temperaturas preocupam, o máximo da precipitação acontecerá na última semana de janeiro.
Neste mesmo período, o Mato Grosso terá uma semana excepcionalmente seca e bastante favorável à colheita da soja e plantio da segunda safra.
Mas produtores já trabalham com um “cenário de guerra”, pois a janela favorável para as atividades de campo será curta. Tudo leva a crer que a primeira semana de fevereiro voltará a ser mais chuvosa que o normal no Estado.
200 mm em 24 horas
A presença de um sistema meteorológico chamado de Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) é o motivo da chuva mais intensa sobre as regiões Norte e Nordeste, além dos Estados de Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e Espírito Santo.
No último domingo, o município de Ipatinga, no Vale do Aço, recebeu um acumulado de 200mm em 24 horas, segundo dados do Cemaden, provocando enxurradas e deslizamentos de terra.
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Celso Oliveira, colunista de The AgriBiz, é especialista em clima e tempo da Safira Energia. Atua há mais de 20 anos em previsões climáticas para a agricultura.