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O que o dólar muda para a SLC, segundo a XP

Em relatório, analistas ajustaram projeções de lucro e Ebitda da gigante agrícola em mais de 30%, mas reforçaram que valuation ainda não é atrativo

A valorização do dólar fez os analistas da XP recalcularem a rota para o balanço da SLC, a maior produtora de grãos do Brasil. Em relatório divulgado nesta manhã, Leonardo Alencar, Pedro Fonseca e Samuel Isaak aumentaram em mais de 30% as expectativas de Ebitda e lucro para o ano de 2025.

É um alento depois de várias revisões para baixo nas estimativas, mas ainda não é o suficiente para justificar a compra das ações da companhia da família Logemann. Para os analistas, o valuation ainda não é atrativo.

“Nossa visão é de que, se o ciclo dos grãos virar, a companhia deve criar muito valor e potencialmente devolver capital aos acionistas. No entanto, nossa visão é que essa virada de ciclo só ocorre com uma eventual quebra de safra no Brasil, Argentina ou Estados Unidos, o que não está no radar”, escreveram.

Incorporando a intensa valorização do dólar registrado em dezembro — portanto, antes recente depreciação da moeda americana —, os analistas estimaram que o Ebitda da SLC em 2015 chegará a R$ 2,8 bilhões, uma estimativa 12% superior ao consenso de marcado.

Pelos cálculos dos analistas da XP, valorização da moeda americana deve trazer um lucro líquido de R$ 976 milhões no ano, 35% maior do que o projetado anteriormente — e 5% acima do consenso. 

A partir das estimativas revisadas, as ações da SLC negociaram a um múltiplo (EV/Ebtida) de 5 vezes. A geração de caixa livre ao acionista, no entanto, ainda não é atrativa, ficando em apenas 5,6% em 2025.

De modo geral, a XP continua pessimistas com as perspectivas de preços dos grãos, com ampla oferta de soja no Brasil.

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As ações da SLC Agrícola estão cotadas em R$ 18,03, acumulando uma desvalorização de 5,7% ao longo dos últimos doze meses. A XP tem um preço-alvo de R$ 19,10 para as ações da companhia agrícola.

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