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Seara vai levantar mais R$ 800 milhões em CRAs de até 30 anos

Ao emitir títulos de dívida diretamente na Seara, a JBS otimiza a estrutura fiscal, reduzindo o lucro tributável

Seara

Menos de quatro meses após emitir o primeiro CRA, a Seara lançou uma nova emissão. Desta vez, a subsidiária da JBS vai levantar R$ 800 milhões em CRAs de longuíssimo prazo, com vencimento em até 30 anos.

A depender da demanda do CRA, destinado a investidores qualificados, a oferta da Seara pode chegar a R$ 1 bilhão.

“É a dívida mais longa do mercado de capitais local”, disse uma fonte.

Com isso, a Seara vai desbancar a elétrica Taesa, que emitiu debêntures de 25 anos, o papel mais longo até então.

Ao emitir títulos de dívida diretamente na Seara, a JBS também otimiza a estrutura fiscal — com um lucro tributável menor. Se fizesse a operação na controladora, a companhia teria uma economia de impostos menor.

O novo CRA da Seara terá uma série em dólar, com vencimento em dez anos e uma taxa teto de variação cambial mais 5,82% ao ano.

Na segunda série, o vencimento é de 20 anos e a taxa teto será o que for maior entre NTN-B 45 + 0,75% ao ano ou IPCA mais 7,9% ao ano. A terceira e última série, de 30 anos de vencimento, vai a mercado com uma taxa teto de NTN-B 55 + 1,05% ao ano ou IPCA mais 8,25% ao ano.

A oferta é coordenada pela XP Investimentos, em um sindicato de bancos composto por Bradesco BBI, BTG Pactual, Daycoval, Itaú BBA, Safra, Santander e Genial.

Os pedidos de reserva para os investidores começam na terça-feira que vem (4 de fevereiro). O bookbuilding está previsto para 27 de fevereiro.

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A emissão do CRA evidencia o papel do mercado de capitais no financiamento da JBS, um trunfo para uma companhia que possui grau de investimentos.

Atualmente, os bonds emitidos no exterior respondem por 84% das dívidas enquanto os CRA representam outros 7%. Os bancos comerciais possuem apenas 9%.

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