Capitalizada após receber um aporte da Yvy Capital — gestora do ex-ministro Paulo Guedes —, a Solinftec quer dar tração às vendas do Solix, um robô que ajuda a identificar pragas e faz a aplicação de precisão de defensivos agrícolas, gerando economias de até 90% em herbicidas.
No ano passado, a startup vendeu 70 robôs — destinados a lavouras, grãos, algodão e cana. Agora, a meta é comercializar mais 150 em 2025, o que significaria um faturamento de R$ 55 milhões com o Solix, considerando o preço de R$ 370 mil. No longo prazo, Solinftec vislumbra fazer R$ 1 bilhão em vendas anuais com o robô.
“Ao longo dos últimos anos, o Solix começou a ganhar espaço no mix de vendas. Não é o carro-chefe em receita, mas tem uma atratividade enorme”, afirmou Emerson Crepaldi, diretor de operações da Solinftec para o Brasil e América Latina, em uma entrevista a jornalistas nesta terça-feira.
Por enquanto, a Solinftec ainda faz o grosso do faturamento com o software que se vale de dispositivos IOT (sensores conectados, por exemplo) para fazer recomendações aos agricultores. Os dispositivos da startup são onipresentes nos canaviais e vêm ganhando hectares nos grãos.
No ano passado, a Solinftec registrou uma receita recorrente de R$ 370 milhões, um salto de 20% na comparação com o ano anterior. Como os contratos da Solinftec em geral possuem cinco anos de duração, a receita já contratada é da ordem de R$ 2,5 bilhões.
Em 2025, a ambição é crescer mais 20% em receita, chegando perto dos R$ 450 milhões e preservando o breakeven — patamar conquistado pela startup em 2023. Para Crepaldi, o Solix será crucial no crescimento.
“Somos a primeira empresa do mundo a ter um robô em larga escala. A única companhia aplicando esse tipo de tecnologia para as culturas que realmente estão no prato de pessoas no mundo todo, como soja e milho”, disse Crepaldi.
Os diferenciais do Solix
Nos cálculos do diretor de operações da Solinftec, o Solix chega ao campo com um retorno atrativo.
“No custo mensal do financiamento, o retorno que o robô entrega é superior a quanto ele custa, na parcela. Se fosse um pagamento à vista, o retorno aconteceria na primeira safra”, disse.
O retorno do Solix para o agricultor foi calculado a partir dos resultados obtidos pelos robôs em operação principalmente em fazendas de grãos. Atualmente, há 150 robôs em operação.
Nas lavouras de grãos, o Solix ajudou a aumentar a produtividade por hectare em 10% a 15%, disse Crepaldi, mencionando dados coletados a partir da operação do robô nas últimas três safras.
Morando no campo, o Solix é capaz de coletar mais de 600 imagens por minuto, fornecendo uma base de dados importante para a decisão de onde fazer as aplicações de herbicida.
Quem usa o Solix pode, ao invés de fazer a aplicação de herbicida em larga escala logo depois do plantio, optar por aplicações locais, concentrando foco em ervas daninhas de dois a três centímetros — um estágio anterior ao que o produtor entraria com um pulverizador, por exemplo.
“No custo de operação de soja e algodão, 40% estão no herbicida, e a nossa solução reduz em 90% esse gasto. Com a redução do herbicida, há também uma diminuição de 70% no consumo de água nessas lavouras”, disse Crepaldi.