Terras

Uma mão compra e a outra vende terras: a estratégia da BrasilAgro para 2025

O CEO André Guillaumon indica que a empresa deve fazer "aquisições pontuais" diante de uma oferta maior no Mato Grosso. Já na Bahia, oportunidade é de venda

O alto nível de alavancagem de alguns produtores rurais num ambiente de escalada dos juros começa a gerar oportunidades de compra de terras para a BrasilAgro, afirmou o CEO da companhia, André Guillaumon, em call de resultados nesta sexta-feira. Mas há regiões que vivem um momento diferente, onde as condições de mercado favorecem a venda de propriedades agrícolas.

“A companhia está vendo oportunidades e vamos buscar aquisições pontuais”, disse Guillaumon. “A bonança dos últimos anos fez com que a alavancagem do setor subisse muito, e entendemos que não teremos juro baixo num curto espaço de tempo. Com o CDI chegando a 14%, 15%, veremos taxas a 17% — e atividade (agrícola) não tolera esse custo de capital.”

As principais oportunidades de compra estão no Mato Grosso, estado que concentra o maior número de produtores em dificuldades financeiras, agravadas pela quebra de safra no ano passado. Mas o CEO da BrasilAgro destacou que, em outras localidades, a mão da companhia é mais vendedora.

“Vemos algumas regiões do Brasil mais paradas e outras muito aquecidas ainda, principalmente a Bahia, com projetos de irrigação e novas indústrias movimentando a economia da região”, afirmou o CEO. “Pontualmente na Bahia estou vendo liquidez corrente, está bom para vender. Essa dualidade de liquidez é positiva para nós”, acrescentou Guillaumon.

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Depois de cair quase 5% no início da manhã, as ações da BrasilAgro (AGRO3) recuavam 3% por volta das 12h30. A empresa anunciou, na noite de ontem, um prejuízo de R$ 19,6 milhões no segundo trimestre do ano safra 2024/25 — há um ano, o resultado líquido havia sido negativo em R$ 5,8 milhões.

Apesar da melhora no desempenho operacional, com melhora nas margens das vendas de soja e de cana-de-açúcar, o resultado líquido piorou devido a uma marcação a mercado com derivativos.

Em 12 meses, as ações da BrasilAgro caem 4,8%. A empresa vale R$ 2,3 bilhões na Bolsa.

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