
Depois de sofrer o rechaço das autoridades antitruste uruguaias, a Minerva Foods costurou uma nova proposta para tentar obter a aprovação da Comissão de Promoção e Defesa da Concorrência para adquirir três frigoríficos da rival Marfrig no país sul- americano.
Desta vez, a Minerva está propondo vender uma das plantas para o grupo indiano Allana. Com isso, evitaria uma concentração excessiva do mercado de carne bovina no Uruguai.
No ano passado, o órgão antitruste do Uruguai vetou a operação por considerar que a Minerva sairia da transação com uma participação de mais de 40% nos abates de bovinos no país sul-americano.
Agora, a expectativa interna na Minerva é que a nova proposta possa ser aprovada entre abril e maio, disse uma fonte. Pelo acordo costurado pela Minerva, a Allana ficaria com o frigorífico de Colônia.
Se isso ocorrer nesse prazo, a companhia dos Vilela de Queiroz pagaria cerca de R$ 780 milhões à Marfrig — R$ 675 milhões referentes ao preço acertado no anúncio de aquisição, em agosto de 2023, e o restante em juros pela demora na aprovação das autoridades.
A demora custou caro à Minerva, mas a solução encontrada pode ser um desfecho positivo para a companhia, que vai consolidar o domínio no mercado de carne bovina uruguaio e sul-americano.
Nem todos são otimistas. O analista Leonardo Alencar, da XP Investimentos, indicou que a proposta pode ser insuficiente para convencer os uruguaios.
“A única novidade é já ter um comprador para essa planta a ser vendida: Allana Group, maior frigorífico da Índia, movimento não era esperado. Ainda assim, não parece mudar o cenário concorrencial no Uruguai”, escreveu o analista.