As ações de São Martinho e Jalles Machado disparam neste ano, na esteira da impressionante valorização dos preços do açúcar. Ainda assim, o Bradesco BBI acredita que nem toda a alta da commodity foi precificada.
Num relatório divulgado ontem à noite, os analistas Leandro Fontanesi e Pedro Fontana reiteraram a recomendação de compra dos papéis dos dois grupos sucroalcooleiros, mesmo com a alta já acumulada.
No ano, os papéis da São Martinho sobem quase 65%, com a empresa liderada por Fabio Venturelli avaliada em R$ 13,3 bilhões. Os papéis da goiana Jalles Machado, por sua vez, já subiram mais de 30% no período e o grupo goiano agora está avaliado em R$ 2,6 bilhões.
“O preço das ações de São Martinho e Jalles Machado passou um rally recentemente, sugerindo que os investidores estão amplamente conscientes desta situação. Então, por que comprar esses ativos? Porque acreditamos que os preços do açúcar vão subir mais do que o mercado prevê”, escreveram Fontanesi e Fontana.
Nesta sexta-feira, os papéis de Jalles Machado reagem positivamente, subindo quase 4% , São Martinho, no entanto, opera em leve baixa (0,29%).
Nos últimos meses, os preços do açúcar vêm subindo diante das condições climáticas desfavoráveis na Índia, que ainda podem piorar por causa do El Niño. “O fenômeno climático provavelmente ganhará força e deverá atingir o pico em aproximadamente dois meses”, avaliaram.
Nos cálculos do Bradesco BBI, as ações de São Martinho e Jalles Machado precificam o açúcar a 25 centavos de dólar por libra-peso, abaixo dos atuais níveis de 27 centavos e bem inferiores aos 35 centavos de dólar esperados pelos analistas para a safra 2024/25.
O banco também recomenda a compra de Raízen, com preço-alvo de R$ 6. Atualmente, o papel negocia a R$ 3,8%.