A maior competitividade do Brasil em comparação com os Estados Unidos no mercado de grãos ficou evidente no resultado da ADM no terceiro trimestre. Enquanto os resultados de originação na América do Sul foram melhores do que no mesmo período do ano passado, com aumento de volume e margens, na América do Norte houve queda.
O lucro ajustado da companhia, uma das maiores tradings agrícolas do mundo, caiu 12% no terceiro trimestre, para US$ 1,63 por ação. Apesar da queda na comparação anual, o resultado veio acima das expectativas do mercado. A companhia informou que, depois de três trimestres fortes, decidiu elevar o seu guidance para 2023.
O lucro operacional do segmento de grãos e oleaginosas recuou 21% no terceiro trimestre para US$ 848 milhões, com uma piora nos resultados da atividade de processamento. Segundo a ADM, houve uma deterioração das margens de esmagamento em várias regiões.
Em originação, a América do Sul teve um aumento de margem e de volume devido a uma forte demanda e aumento na capacidade de exportação, enquanto os Estados Unidos, que concentram a maior parte das operações da empresa, sofreram com a demanda indo para o Hemisfério Sul. Ainda no segmento de grãos, também chamou a atenção os resultados com a Wilmar: o lucro operacional somou apenas US$ 33 milhões ante US$ 142 milhões há um ano. A ADM é acionista da empresa sediada em Cingapura.
A surpresa no balanço veio do segmento de carboidratos, cujo lucro disparou 49%, para US$ 460 milhões. O resultado é reflexo de melhores margens de etanol, amidos e adoçantes. Já o segmento de nutrição viu uma queda de 22% no lucro, para US$ 138 milhões.