A chuva alcançou mais áreas do Brasil nos últimos dias, mas em quantidade inferior ao previsto. Em Goiás, Tocantins, leste de Mato Grosso, leste do Pará, no cerrado mineiro, Triângulo Mineiro e no norte de Minas Gerais, o acumulado alcançou 40mm nos últimos quatro dias. Foram os maiores acumulados do país e corresponderam mais ou menos à climatologia para quatro dias do início do verão.
Por outro lado, o acumulado de chuva ficou abaixo dos 25mm em sete dias ao longo da divisa de Mato Grosso com Rondônia (parte da região da Chapada do Parecis). Além disso, quase não choveu na última semana no Paraná, São Paulo, sul de Mato Grosso do Sul e norte de Santa Catarina.
O efeito destas chuvas mais fracas pode ser visto na umidade do solo, informação disponível pela Agritempo, da Embrapa. Ela até aumentou em Goiás, Tocantins, sul do Pará e leste de Mato Grosso, mas continua aquém dos 60% da capacidade total em boa parte de Minas Gerais, Bahia, Piauí, Maranhão, sul de Mato Grosso, São Paulo e Mato Grosso do Sul.
Além disso, a diminuição da precipitação também atenuou a umidade do solo em áreas que estavam debaixo d’água na primavera, casos do Paraná e norte de Santa Catarina. No caso dos dois Estados do Sul, a maior preocupação, por enquanto, está mais no calor excessivo em período de reprodução de algumas culturas que a diminuição da umidade. Já em São Paulo e em Mato Grosso do Sul, com exceção de outubro, a primavera vem sendo persistentemente mais seca que o normal, agravando o desenvolvimento da cana de açúcar e grãos.
Bom, e para frente? A chuva prosseguirá sobre o centro e norte do Brasil e, em dez dias, estima-se algo entre 100mm e 200mm sobre o Espírito Santo, sul e oeste da Bahia, centro e norte de Minas Gerais, de Goiás e de Mato Grosso e no sul do Tocantins, do Pará e de Rondônia.
Novamente, percebe-se uma precipitação dentro da média para época do ano. Somente de forma pontual, veremos extremos acima dos 250mm entre o oeste de Goiás e o leste de Mato Grosso. Mesmo não sendo excepcional, a chuva será suficiente para aumentar cada vez mais a umidade do solo e estancar perdas nos Estados citados.
Já no Paraná, São Paulo e em Mato Grosso do Sul, a chuva continuará fraca com maior preocupação para os dois últimos Estados.
Enfim, temos uma situação diferente do observado nas safras 2021/2022 e 2022/2023, quando a chuva regularizou muito rapidamente na maior parte do Brasil e a preocupação neste momento era com as invernadas.
Agora, no período úmido 2023/2024, o produtor clama pela precipitação, que até aparece, minimiza os efeitos da estiagem, mas chega muito tarde para áreas instaladas no início da primavera com ciclo precoce e super precoce.