Estrutura de capital

Camil dispara 8%; CFO vê limite para recompras

Durante teleconferência com os analistas, executivos da Camil tranquilizaram o mercado sobre os rumos das contas de capital de giro

Contrariando as expectativas dos analistas, as ações da Camil dispararam nesta sexta-feira, na esteira da divulgação do balanço trimestral e da teleconferência dos executivos da companhia.

No início desta tarde, os papéis subiam mais de 8%, trazendo o valor de mercado da Camil para R$ 2,9 bilhões.

Durante a teleconferência com os analistas, Luciano Quartiero e Flávio Vargas (CEO e CFO, respectivamente) tranquilizaram o mercado sobre os rumos das contas de capital de giro.

Tema frequente nas perguntas dos analistas, o aumento na linha de contas a receber foi destrinchado por Quartiero. Não houve qualquer mudança estrutural e o prazo de pagamento dos clientes segue o mesmo, assegurou o empresário.

Segundo ele, o que provocou o aumento na linha de contas a receber foi a exportação de açúcar feita em novembro e um efeito puramente matemático provocado pela disparada dos preços do arroz, o que já deve se reverter no atual trimestre. “Isso vai ser regularizado”.

Quartiero também disse que os estoques de arroz estão acima do normal para a companhia, um reflexo da estratégia de suprimento para se antecipar à alta dos preços que pressiona o capital de giro. No entanto, a venda dos estoques ocorre agora no último trimestre, liberando capital de giro.

A analista Laura Hirata, do Santander, também questionou a Camil sobre o ritmo das recompras de ações, que foram muito intensas nos últimos ano. Considerando o nível de endividamento mais alto da companhia atualmente, essa estratégia talvez não faça mais sentido.

Quartiero respondeu que o atual programa de recompra está prestes a se encerrar e disse que uma decisão para a abertura de um novo ainda precisa ser discutida pelo conselho de administração.

Complementando a pergunta, Vargas foi mais claro. Segundo ele, a estrutura de capital da companhia não permite grandes desembolsos, sejam eles em M&As, investimentos ou recompra de ações.

“A companhia está muito consciente das limitações impostas pelo nível de alavancagem atual e tem sido bastante rigorosa na alocação de capital”, disse Vargas.

Além disso, novos programas de recompras necessariamente seriam mais comedidos em razão da liquidez dos papéis. “O tamanho do free float atual limita o tamanho de um buyback futuro”.

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