A Conab reduziu a sua estimativa para a produção de soja para 149,4 milhões de toneladas, um recuo de 3,8% em relação à safra passada. No mês passado, a previsão era de uma colheita de 155,3 milhões de toneladas. Considerando a expectativa inicial da Conab para a safra 2023/24, a quebra chega a 7,8%.
A produtividade deve cair 5,5% em relação à safra passada, segundo o boletim divulgado nesta quinta-feira. O desempenho das lavouras reflete o atraso do início das chuvas no Centro-Oeste, Sudeste e na região do Matopiba, seguido por chuvas irregulares e períodos de veranicos superiores a 20 dias, informou a Conab.
Com a menor oferta, houve um ajuste na estimativa para as exportações de soja, de 98,45 milhões de toneladas para 94,2 milhões de toneladas. A projeção para o volume de esmagamento também foi levemente reduzido, para 53,4 milhões de toneladas.
Milho cai 14%
O clima adverso também prejudicou o plantio da primeira safra de milho, que representa cerca de 20% da produção total. Desta vez, o maior problema foi o excesso de chuvas no Sul do País.
A Conab vê a produção de milho caindo 13,8% na primeira safra, para 23,6 milhões de toneladas. Além de uma queda na produtividade, o volume colhido também será afetado por uma redução de 11,5% na área plantada —o baixo preço da commodity desincentivou o plantio no segundo semestre do ano passado.
Para a segunda safra, a Conab estima um recuo de 3% na área, o que, aliado a uma possível perda de produtividade, resultará numa produção de 88 milhões de toneladas, uma queda de 14% ante a safra anterior. A produção total de milho, nas três safras, cairá na mesma proporção, para 113,7 milhões de toneladas.
Com isso, a Conab também reduziu em 3 milhões de toneladas a sua estimativa para as exportações, para 32 milhões de toneladas. Além da produção menor, a mudança reflete também a maior oferta do cereal no mercado internacional, em meio à boa safra norte-americana.
Ainda nesta quinta-feira, por volta das 14h, o USDA (Departamento de Agricultura dos EUA) vai atualizar as suas estimativas para a oferta e demanda global de grãos, incluindo o Brasil.