A Granja Faria vai investir R$ 60 milhões para mais que dobrar o plantel de aves da Vitagema, empresa que acaba de comprar no Rio Grande do Norte. A aquisição, fechada por R$ 36 milhões, marca a entrada da Granja Faria no “miolo do Nordeste”, segundo o fundador da produtora de ovos, Ricardo Faria.
Com uma receita líquida de R$ 51 milhões em 2023, a Vitagema tem cerca de 400 mil aves em produção. Com a expansão, a Granja Faria espera atingir 1 milhão de aves em 12 meses.
A produção no Rio Grande do Norte vai atender também Ceará, Paraíba e Pernambuco. “Era um pedaço do Brasil que não conseguíamos atingir”, disse Faria a jornalistas por meio de videoconferência nesta quarta-feira.
Uma das maiores produtoras de ovos do País, a Granja Faria tem pouco mais de 10% de participação de mercado. Em dez anos, pretende chegar a 25%, Ricardo Faria disse em entrevista no final do ano passado.
Empresa familiar com quase 20 anos de existência, a Vitagema produziu cerca de 100 milhões de ovos no ano passado, com uma margem de 22,3%, o que está abaixo das margens da Granja Faria, disse o fundador. Segundo o empresário, há espaço para elevar as margens da operação no Rio Grande do Norte à medida que a integração avance e algumas sinergias sejam atingidas.
Até setembro, a receita líquida da Granja Faria totalizou R$ 1,38 bilhão, uma alta de 16,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. O dado foi alvo de questionamento recente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) após informações veiculadas na imprensa sobre uma expectativa do empresário de atingir um faturamento próximo de R$ 3 bilhões.
“Esse é valor refere-se ao grupo todo”, disse Ricardo Faria, referindo-se à Insolo, empresa agrícola com presença no Mapitoba. Para 2024, Faria evitou abrir projeções por estar em período de silêncio —a Granja Faria deve divulgados resultados referentes a 2023 nas próximas semanas.
Ele indicou apenas que o ano deve ser de aumento nas vendas de volume de ovos, mas não vê ambiente para aumento de preços. No ano passado, o setor foi favorecido por uma escassez de ovos no mercado internacional devido a surtos de gripe aviária em alguns países, o que estimulou as exportações brasileiras de ovos.
Insolo
Sobre a possibilidade de expansão da área de grãos este ano, considerando um cenário de preços de arrendamento mais atraente, Faria disse que a empresa analisará eventuais oportunidades depois da conclusão da colheita, em abril. Por enquanto, a Insolo segue concentrada na operação.
Na safra 2023/24, a Insolo plantou 230 mil hectares na primeira e segunda safras. Em entrevista concedida em dezembro, Faria disse que a Insolo deveria continuar aumentando a área “enquanto a nossa capacidade de execução e produtividade for maior do que a da região”.