Não foram só os investidores no Brasil que despertaram para o potencial do mercado brasileiro de análises de solos. Os gringos também perceberam e estão se movimentando.
Um dos principais exemplos é a Pattern Ag, uma agtech sediada na Califórnia que tem entre seus investidores a TPB — firma de investimentos criada por David Friedberg, o fundador da Climate Corp e um dos principais investidores em agricultura regenerativa.
A Pattern Ag, que fornece insights microbianos com base na análise de DNA do solo, testou 35 mil hectares no Brasil na safra 2023/24. A empresa entrou no mercado brasileiro por meio de uma parceria com a Lavoro, líder no varejo agrícola no País também apoiada por Friedberg.
Nesta safra, todas as amostras foram feitas como cortesia aos clientes da Lavoro, mas o objetivo na próxima temporada é testar 150 mil hectares comercialmente, segundo Gustavo Modenesi, head de B2B e serviços da Lavoro.
A parceria com a Pattern Ag fortaleceu o braço de negócios de serviços da Lavoro, que fornece aos agricultores brasileiros diferentes serviços, desde seguro rural até monitoramento das lavouras, clima e análise de solo. “Com a Pattern Ag, somos capazes de fornecer aos agricultores uma análise completa, incluindo a genética, o que é algo inédito no Brasil”, disse Modenesi.
Os agricultores brasileiros estão acostumados a testar o solo para medir macronutrientes, como fósforo e potássio. A Lavoro continua a oferecer essa análise por meio de parceiros locais.
Com a Pattern Ag, os agrônomos da Lavoro também fazem uma análise de DNA do solo, que é feita em laboratório nos EUA. De 30 a 40 dias depois, um relatório reunindo informações da análise química e biológica (DNA) é entregue ao agricultor com recomendações para o plantio e manejo de culturas.
É como prever o futuro. “Com as ferramentas da Pattern Ag, somos capazes de mostrar quais são os riscos para diferentes tipos de doenças, até mesmo as foliares, antes do plantio”, afirmou Modenesi.
Análise em tempo real
Uma startup alemã também está começando a fornecer testes de solo inovadores no Brasil. A Stenon, outra investida da TPB, espera testar cerca de 40 mil hectares no Brasil em parceria com a Lavoro este ano.
A empresa usará sua tecnologia FarmLab para uma análise em tempo real de nitrogênio no solo de milho safrinha e trigo no Paraná —as duas culturas são as que demandam mais nitrogênio.
A insuficiência de nitrogênio no solo, aliás, é uma das principais preocupações dos agricultores brasileiros e esse nutriente é facilmente perdido devido a razões naturais, como a lixiviação.
Somente uma análise em tempo real permite ao agricultor identificar imediatamente se é necessário fazer uma reposição de nitrogênio no solo e a quantidade exata, proporcionando economia de custos e um uso mais racional também do ponto de vista ambiental, disse Modenesi.
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