Ações

Boa Safra prepara follow-on de R$ 200 milhões; M&As no radar

Da oferta total planejada pela Boa Safra, 60% já estão garantidos pelos irmãos Marino e Camila Colpo e pela gestora HIX

IPO da Boa Safra
IPO da Boa Safra em 2021; empresa de sementes pretende levantar R$ 200 milhões em nova oferta de ações | Crédito: Divulgação

Com as ações na máxima histórica, a Boa Safra se prepara para levantar R$ 200 milhões em um follow-on, abrindo o caminho para financiar M&As sem prejudicar a estrutura de capital da companhia controlada pelos irmãos Marino e Camila Colpo.

Para estruturar a oferta de ações, a Boa Safra contratou os bancos BTG Pactual, XP Investimentos, Bradesco BBI e Santander.

Em um comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na manhã desta segunda-feira, a sementeira frisou que ainda não há uma decisão definitiva sobre o follow-on, mas a disposição dos controladores mostra que a oferta tem boas chances de emplacar.

Dos R$ 200 milhões que pretende levantar, 60% já estão garantidos pelos irmãos Colpo, que detêm juntos 60,4% do capital da Boa Safra, e pela HIX, a gestora que já havia ancorado o IPO da sementeira em 2021 e que possui 6,3% de participação.

A julgar pelo desempenho das ações desde que a Boa Safra divulgou o balanço do quarto trimestre, em 11 de março, o investidores também compraram a tese de investimentos.

Ao contrário de muitos negócios que vêm sofrendo com a piora das margens dos produtores de grãos, a Boa Safra tem demonstrado capacidade para melhorar o portfólio com mais tecnologia embarcada nas sementes, com preços resilientes.

M&As

Com um dos tickers mais charmosos da bolsa (SOJA3), a Boa Safra é a candidata natural para consolidar o mercado de sementes de soja, um negócio ainda muito pulverizado.

Se concretizar o follow-on, a companhia da família Colpo teria um caixa ainda mais saudável para aquisições. Em dezembro, a companhia tinha caixa líquido (R$ 737 milhões ante contra uma dúvida bruta de apenas R$ 574 milhões).

Um M&A óbvio seria a aquisição dos negócios de sementes da Agrogalaxy, que mandatou o Santander para buscar um sócio para operação — a venda total não está descartada.

No ano passado, o negócio de sementes da Agrogalaxy fez um Ebitda da ordem de R$ 65 milhões. Para levar o negócio todo, estima-se que o comprador tenha de pagar algo entre R$ 400 milhões e R$ 500 milhões, o que daria um múltiplo de 6 e 7,5 vezes o Ebitda.

Em bolsa, a Boa Safra negocia perto de 7 vezes o Ebitda projetado para 2024. Atualmente, a companhia está avaliada em R$ 2,1 bilhões.