Antitruste

O downgrade do BofA na Minerva; ações caem 4%

Isabela Simonato, analista do Bank of America, cortou o preço-alvo para as ações da Minerva em quase 27%

O prazo mais longo que o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) vai levar para julgar a compra dos ativos da Marfrig pela Minerva continua castigando as ações da companhia da família Vilela de Queiroz.

Às 14h16, BEEF3 recuava quase 5%, aprofundando a desvalorização que a companhia já vinha sofrendo. Em doze meses, as ações da Minerva recuaram.

Desta vez, a pressão negativa sobre os papéis veio de um relatório de Isabela Simonato, analista do Bank of America (BofA). A analista cortou o preço-alvo para as ações da Minerva em quase 27%, de R$ 9,30 para R$ 6,8. Nesta segunda-feira, os papéis negociam a R$ 6,10.

As razões do BofA

A decisão do Cade de considerar a aquisição dos ativos da Marfrig como um “ato de concentração complexo” mexeu com as estimativas da analista do banco.

Antes, Simonato trabalhava com a aprovação do Cade saindo neste segundo trimestre, em linha com as expectativas dos executivos da Minerva. Agora, no entanto, é mais provável que a aprovação saia no quarto trimestre.

Com isso, a Minerva perde cerca de R$ 550 milhões em Ebitda, mas não só. Quanto mais o Cade demora, maiores as chances da Minerva assumir os frigoríficos comprados da Marfrig quando o ciclo da pecuária se inverter, com menor oferta de gado e margens mais apertadas para os frigoríficos.

A analista do BofA também cita o custo mais alto da aquisição. Desde o fim de fevereiro, os R$ 6 bilhões que a Minerva deve à Marfrig são corrigidos pelo CDI. Até o final do ano, essa conta pode chegar a R$ 500 milhões.

Nesse cenário, o endividamento da Minerva deve seguir alto por mais tempo, com a alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) chegando a 3,1 vezes em dezembro de 2024 e 3,7 vezes no fim do ano que vem.

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