Conhecido pelas marteladas nos leilões de concessões públicas de infraestrutura na B3, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, quer fazer mesmo no agronegócio, testando uma nova lógica para o crédito rural.
Em uma cerimônia realizada no Palácio dos Bandeirantes, o governador adiantou nesta quarta-feira alguns detalhes daquele que promete ser o primeiro Fiagro formado por recursos estatais.
As conversas para um Fiagro financiado com recursos do governo paulista começaram no ano passado, e já tiveram muitas idas e vindas. Mas agora parece que o projeto vai finalmente sair do papel.
O governador ainda não abriu todos os dados, mas deu uma pista: o governo deve colocar cerca de R$ 500 milhões para financiar investimentos na agricultura, especialmente para irrigação e armazenagem. Novos detalhes serão conhecidos na semana que vem, durante a Agrishow, prometeu o governador.
Para colocar o fundo de pé, o governo vai usar a funding da Desenvolve SP, agência de fomento estatal, e o Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (Feap).
Ao que tudo indica, o governo paulista dividirá os recursos em dois fundos: um Fiagro composto por direitos creditórios, e um FIDC tradicional. Os veículos serão administrados por gestoras do mercado, que ainda serão definidas após chamada pública.
Pacote para o agro
Os recursos do Fiagro anunciados nesta quarta-feira compõem um pacote maior do governo paulista. Ao todo, serão R$ 1,4 bilhão em medidas para o agro, incluindo R$ 600 milhões em liberação de créditos acumulados de ICMS para incentivar fabricantes de máquinas agrícolas e produtores de proteína animal.
O dinheiro será liberado em duas rodadas por meio do programa ProAgro, uma iniciativa criada em 2021 pelo governo paulista para acelerar a conversão de créditos acumulados em recursos a serem utilizados pelas empresas.
No agronegócio, essa é a maior liberação de créditos feita desde o início do programa. A anterior foi realizada em maio do ano passado, num montante de R$ 200 milhões.