Insumos

Na Syngenta, América do Norte derruba resultados; Brasil traz alívio

Receita global da Syngenta caiu 24% no primeiro trimestre; distribuidores e varejistas continuam reduzindo estoques com menos capital de giro

Não é só o produtor brasileiro que está atrasando a compra de insumos. Na América do Norte, esse comportamento derrubou as vendas de defensivos agrícolas da Syngenta em 44% no primeiro trimestre, puxando para baixo a receita global da divisão no período. O Brasil, desta vez, trouxe um alívio para os resultados.

Em balanço divulgado nesta segunda-feira, a gigante controlada pela chinesa ChemChina apresentou uma retração de 24% nas vendas globais de defensivos no primeiro trimestre, em relação ao mesmo período de 2023. A receita total (incluindo outras unidades de negócios, como sementes) caiu 20% para US$ 7,4 bilhões. O Ebitda teve uma redução de 34%, para US$ 1,2 bilhão, com margem de 16,7% ante 20,2% no primeiro trimestre de 2023.

“Os clientes adiaram as compras no início da temporada de plantio”, disse a Syngenta sobre os resultados na América do Norte. Em todas as regiões, excluindo a China, houve queda nas vendas de defensivos, que representam cerca de 40% da receita total da Syngenta.

Distribuidores e varejistas continuam reduzindo estoques ou trabalhando para mantê-los em níveis baixos, refletindo uma redução nos níveis de capital de giro e um ambiente de juros elevados, informou a empresa.

Na Europa, as vendas de defensivos caíram 28% em comparação com o primeiro trimestre de 2023, com produtores mais cautelosos devido a uma queda nas margens. A região formada por Ásia, Oriente Médio e África apresentou queda de 24%.

Já na América Latina, houve um recuo de apenas 1% devido a uma base de comparação mais baixa. Ao contrário da maior parte do mundo, a região que inclui o Brasil já havia apresentado um forte recuo nas vendas no primeiro trimestre de 2023 (-17%), explicada por uma redução na comercialização para as revendas —um sinal da crise que atingiu todo o setor nos trimestres seguintes.

Sementes

A receita da divisão de sementes da Syngenta caiu 8% no primeiro trimestre, refletindo quedas na América do Norte (7%), Europa (5%) e na Ásia, Oriente Médio e África (51%). As vendas na América Latina também caíram 18%, mas o Brasil trouxe um alívío: a receita subiu 2%, destacou a companhia.

A Syngenta está acelerando um modelo de franquias no Brasil para essa divisão, com o objetivo de alcançar uma presença mais direta no campo e geradora de demanda, segundo informações do balanço de hoje.

O modelo pode ser uma aposta do novo comando. No segundo semestre do ano passado, a Syngenta trocou as principais lideranças do negócio de sementes na América do Sul, depois de um volume atípico de devoluções de sementes ter afetado os resultados.

Na China, as vendas de sementes aumentaram 25%.

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