Com resultados do primeiro trimestre piores do que a expectativa do mercado, os papéis da Agrogalaxy caem 15% na manhã desta quinta-feira. A baixa liquidez das ações contribui para o tombo de dois dígitos altos, levando a ação para o patamar de R$ 1,42 às 12h. Na bolsa, a companhia vale R$ 442 milhões.
A safrinha castigou o balanço da revenda, fazendo a receita cair pela metade e, consequentemente, impactando todos os demais índices de lucratividade. A matéria completa a respeito do balanço da companhia você lê aqui.
No call com analistas finalizado há pouco, os executivos procuraram reforçar a mensagem de que a companhia está fazendo o que está ao seu alcance (cortando na carne, como escrevemos) para tornar a empresa mais rentável e que depende, agora, de uma recomposição de demanda.
No primeiro trimestre, a alavancagem (medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda) chegou a 10 vezes, ante 3,9 vezes no último trimestre do ano passado.
Diante do aumento significativo do indicador, questões sobre a estrutura de capital apareceram no call. Além do AFAC feito no fim do ano passado, Eron Martins, CFO da Agrogalaxy, ressaltou o papel que a estrutura de financiamentos fora dos bancos tem desempenhado.
Nesse sentido, destaca-se o FIDC da companhia, que chegou à marca de R$ 1 bilhão no início deste mês. Mais operações estão previstas. “Estamos em período de silêncio para algumas delas”, afirmou o CFO a investidores.
Ainda em relação à estrutura de capital, a Agrogalaxy também foi questionada a respeito do processo de busca de um sócio para a sementeira — um processo que se tornou público em fevereiro deste ano.
O processo segue em andamento, com poucos detalhes disponíveis até agora. “Estamos satisfeitos com o nível de interesse demonstrado até aqui”, disse Labourt.
Segundo semestre salvador?
No que diz respeito à parte operacional da companhia, a venda de insumos, a expectativa da Agrogalaxy é a de um segundo semestre aquecido. No call de hoje, os executivos mostraram mais dados a respeito do comportamento do mercado, de olho em proporcionar uma visão para além da companhia a respeito do cenário atual.
“Na soja, os preços das últimas safras estão acima dos períodos mais críticos, de 2017 e 2018, ainda que a virada radical tenha prejudicado o agricultor. No milho, a situação é ainda pior, com a rentabilidade atual sendo comparável aos piores anos da história recente para a cultura”, disse Martins.
Apesar do cenário ainda complicado e de investimentos reduzidos em tecnologia, na série histórica, há uma tendência de crescimento de investimentos em produtividade por parte do agricultor.
Com a expectativa de negócios no segundo semestre, o CEO ressaltou que a companhia já vem trabalhando para diminuir o custo operacional na malha logística, um ponto que, adiantou, deve ser um gargalo para o ano, caso a demanda venha com força total na segunda metade do ano.