Marcos Molina voltou à carga. A Marfrig informou na manhã desta segunda-feira que aumentou (outra vez) sua posição na BRF, ultrapassando 45% do capital da dona da Sadia.
Em menos de um mês, a Marfrig comprou praticamente 12% do capital da BRF, uma posição que atualmente vale quase R$ 2,2 bilhões. Pelos cálculos do BTG, a Marfrig gastou cerca de R$ 1,8 bilhão para aumentar a posição ao longo do último mês. A BRF vale R$ 18,1 bilhões na B3.
Com as compras recentes, a companhia de Marcos Molina consolidou sua influência e, de quebra, ainda reduziu o preço médio pago pelas ações da dona da Sadia.
Se em 2021 as compras saíram com o papel próximos de R$ 24, agora as transações estão mais perto de R$ 10 (o que também inclui o follow-on de julho, que saiu a R$ 9). Com isso, o preço médio da posição da Marfrig na BRF agora está perto de R$ 15,70, disse uma fonte.
Controladora da BRF desde o ano passado, quando emplacou o conselho de administração da dona da Sadia, a Marfrig aproveitou o ingresso dos recursos da venda de ativos à Minerva e do recente aumento de capital privado para ampliar sua fatia na BRF.
A cada vez que aumenta a posição da Marfrig na BRF, Molina facilita o caminho para fusão, um caminho que parece inevitável no médio prazo.
No curto prazo, no entanto, analistas ainda consideram a fusão menos provável, até porque Molina teria menos de 30% da companhia consolidada.
“Acreditamos que uma fusão seria o último recurso da Marfrig caso a alavancagem no nível da holding subisse muito”, disseram os analistas do BTG, num comentário enviado nesta segunda-feira a clientes.
Para mudar o quadro, precisa de mais posição. Nada que o tempo não resolva.