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A La Niña vem aí — e a SLC poder ser uma das vencedoras

Para o Citi, empresa pode valer pelo menos 30% mais na bolsa

A La Niña vem aí, olê olê olá! Pode soar meio estranho, mas esse é o espírito — e o desejo de — de quem opera no Centro-Oeste, das revendas (principalmente) aos fazendeiros.

Diante da expectativa de um ano de mais chuvas na região, principalmente ao longo do segundo semestre, o mercado vem ajustando as expectativas de empresas que atuam por lá.

Num relatório enviado a clientes, o analista Gabriel Barra, do Citi, chamou a atenção para as repercussões positivas da La Niña para a SLC. Avaliada a R$ 7,9 bilhões na B3, a companhia da família Logemann deveria valer pelo menos 30% mais, nas contas do banco.

Na bolsa, os papéis da SLC reagiram bem ao relatório do analista. No fim da tarde, subiam 3%.

“Na nossa visão, a empresa está em um bom momento. Já colheu 100% da soja e já plantou 100% da área para milho e algodão, o que deve se refletir em bons resultados, tendo em vista a produtividade acima da média e o clima mais regular depois do El Niño”, escreve Barra.

Insumos mais baratos

O planejamento para a safra 2024/25 também conspira a favor. A SLC comprou insumos a preços mais baixos, um ponto que deve trazer uma vantagem competitiva. O Citi lembrou que a empresa já comprou 91% dos fertilizantes fosfatos necessários para a próxima safra, 53% do nitrogênio e 75% do potássio.

Além disso, a SLC também aumentou o tamanho da área plantada, a partir da expansão de uma parceria com a Agro Penido. “Estão aparecendo mais oportunidades de arrendamento”, disse  Aurélio Pavinato, CEO da SLC, em call com investidores recentemente. Para o analista do Citi, as oportunidades devem continuar a aparecer.

Colocando todos os fatores na balança, o analista aumentou o preço-alvo do papel para R$ 24 (ante uma estimativa anterior de R$ 22) e elevou as ações para a recomendação de compra.

“Nosso upgrade vem principalmente de um melhor cenário projetado para 2025, devido a um custo unitário mais baixo, graças ao melhor rendimento da produção, com a chance de um upside nos preços dos grãos”, diz Barra.

O potencial de alta, no entanto, precisa ser aproveitado com inteligência, até porque essa janela pode ser cura, na leitura do Citi. A expectativa do banco é positiva para os preços dos grãos principalmente em um intervalo de três meses.

A equipe de commodities do banco aumentou em US$ 0,40 as estimativas de preço para o grão, chegando a US$ 4,40, mas apenas no curto prazo. O cenário mais otimista não se sustenta em uma visão dos próximos seis a 12 meses, em que o banco prevê algo na casa dos US$ 3. Atualmente, os contratos futuros de milho são negociados perto de US$ 4,44 por bushel em Chicago.

Para a soja, o Citi elevou preço para os próximos três meses em US$ 0,50 , para US$ 11,50. No intervalo de seis a doze meses, as cotações devem voltar a cair, orbitando os US$ 10 por bushel. Atualmente, a oleaginosa negocia próxima de US$ 11,79 por bushel.

A única exceção é o algodão, que deve encarar perspectivas mais positivas diante de um mercado mais balanceado com a produção nos Estados Unidos e importações da China “Vemos um cenário mais benigno, com a cultura ocupando um espaço central para a geração de caixa de produtores”, afirmou o analista.

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