A MP das subvenções, aprovada pelo Congresso Nacional no fim de dezembro, vai tirar um naco relevante do lucro da gaúcha 3tentos.
Nas contas do BTG Pactual, a taxa efetiva de impostos paga pela 3tentos deve sair de um crédito médio de 4,8% nos últimos cinco anos (ou seja, a companhia não precisava pagar o tributo sobre o lucro) para uma taxa de 20,9%.
Para compensar esse impacto, a 3tentos precisaria aumentar o preço médio de vendas em 2,1%, segundo os analistas do BTG. No médio prazo, isso até deve ocorrer, mas o impacto inicial tende a ser mesmo absorvido pela companhia.
Em uma revisão de projeções publicada nesta segunda-feira, o BTG estimou que o lucro líquido da 3tentos ficará em R$ 598 milhões em 2024, uma queda de 27% sobre o resultado estimado para o ano passado.
O resultado reflete o impacto da tributação maior e o custo mais alto de frete que a companhia vem arcando em sua expansão para Mato Grosso.
Diante disso, o BTG também reduziu o preço-alvo das ações da 3tentos de R$ 20 para R$ 17, o que ainda embute um potencial de valorização de 55%.
Apesar do impacto tributário neste ano, os analistas do banco são entusiastas do modelo de negócios da companhia gaúcha e recomenda a compra dos papéis da 3Tentos.
Em bolsa, a empresa está avaliada em R$ 5,5 bilhões.
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Glossário: Pilar das medidas de arrecadação do ministro Fernando Haddad, a MP das subvenções fechou o que entendia ser uma brecha para que companhias descontassem incentivos fiscais de ICMS no pagamento de tributos federais, prejudicando os cofres da União.
