As ações da JBS disparam nesta terça-feira, refletindo o acordo que a J&F, holding que controla a companhia, fechou com o BNDES e que aproxima companhia da dupla listagem da Bolsa de Nova York. No início da tarde, o papel chegou a subir 19%.
O acordo com o BNDESPar, que concordou em se abster de votar na assembleia de acionistas que decidirá sobre a transação em troca de uma espécie de “seguro” contra um desempenho abaixo do esperado dos papéis, remove um peso sobre o papel.
A possibilidade de o BNDES votar contra a dupla listagem era vista como o maior risco para a transação — especialmente depois de o banco de fomento ter inviabilizado a operação em 2016.
“Esse último acontecimento não apenas melhora a visibilidade sobre a listagem nos EUA, mas também reduz a preocupação dos investidores sobre uma possível venda massiva de ações pressionando o papel”, afirma o analista Thiago Duarte, do BTG Pactual, em relatório.
O analista Leonardo Alencar, da XP Investimentos, destacou o potencial de re-rating do papel caso a dupla listagem se concretize, diminuindo a diferença entre os múltiplos em que as ações da empresa brasileira são negociados e os de seus concorrentes internacionais, como a Tyson Foods.
Duarte também vê potencial para um re-rating do papel à medida em que fundos passivos passarem a ter acesso às ações da JBS. Mas não acredita que esse movimento deve ser massivo. “Para um re-rating mais significativo e duradouro, a JBS pode ter de seguir o playbook da Tyson, expandindo a sua presença em alimentos preparados”, escreveu.