A John Deere, maior fabricante de máquinas agrícolas do mundo, jogou mais um balde de água fria nos investidores nesta manhã ao apresentar uma queda de 50% no lucro líquido do primeiro trimestre de 2025, encerrado em janeiro. As ações da gigante americana caíram mais de 5% antes da abertura da Bolsa de Nova York.
A receita total da companhia caiu 30% em comparação com o mesmo período de 2024, para US$ 8,5 bilhões. No segmento de máquinas agrícolas, as vendas foram 37% menores e o lucro operacional desabou 68%, com a margem caindo praticamente pela metade. A empresa atribuiu o desempenho a menores volumes de exportação.
“O resultado da John Deere no primeiro trimestre destaca nosso esforço contínuo em otimizar o nível dos estoques em meio ao cenário repleto de incertezas que os nossos clientes estão enfrentando”, disse o CEO da empresa, John May. Segundo ele, essas medidas estão posicionando a companhia para navegar com sucesso o ambiente atual.
A empresa manteve o guidance para 2025 — o que não é exatamente uma boa notícia, já que os resultados esperados são piores. As vendas de máquinas agrícolas e agricultura de precisão devem cair entre 15% e 20%. O maior tombo deve acontecer na América do Norte, com uma queda esperada de aproximadamente 30% no faturamento. Na América do Sul, a expectativa é de estabilidade. Brasil e Estados Unidos são os principais mercados para a gigante norte-americana.
A companhia também vê quedas das vendas nos outros mercados em que atua (construção e produtos para pequenos agricultores). As estimativas não consideram eventuais impactos das tarifas de importação impostas pelos Estados Unidos e possíveis retaliações de outros países.
O guidance para o lucro líquido foi mantido no intervalo entre US$ 5 bilhões e US$ 5,5 bilhões, o que representaria uma queda de 26% em relação a 2024 considerando a média do intervalo.
