Safra 2024/25

Ações da SLC saltam com previsão de área 11% maior e custo mais baixo

Empresa vai aumentar área de soja em 19%; algodão perde espaço no verão, mas terá área 20% maior na safrinha

Colheita de soja em Mato Grosso; SLC vai aumentar área

Os investidores reagem bem ao guidance da SLC Agrícola para a safra 2024/25, divulgado na noite desta quinta-feira. Por volta das 11h30, as ações da companhia subiam 5% e estavam entre as maiores altas do Ibovespa. Em um ano, os papéis estão praticamente estáveis.

A empresa vai aumentar a área total de plantio em 11%, para 734 mil hectares, a um custo médio 5% menor do que na temporada anterior devido a uma queda nos preços dos fertilizantes, defensivos e sementes — insumos que têm uma alta correlação com o preço das commodities.

A área de soja deve subir 19%, para 380 mil hectares. No caso da oleaginosa, o custo de produção por hectare deve cair 8%. A SLC projetou um crescimento de 25% na área de milho safrinha, para 119 mil hectares, com os custos apresentando uma queda semelhante a da soja. Quanto à produtividade, a SLC espera uma relativa estabilidade, com um ganho de 0,6% para a soja e um potencial produtivo levemente menor para o milho (-0,6%).

O aumento significativo de área é resultado da inclusão de novas terras no portfólio da companhia. Com novas fazendas no Piauí e em Querência (MT), a empresa plantará mais 75 mil hectares em relação à safra 2023/24 ( somando as duas safras e todas as culturas).

A surpresa veio nas estimativas para o algodão. Na safra de verão, a SLC vai reduzir a área de algodão em 10%, 95,4 mil hectares. Já na segunda safra, destinará uma área 19,5% maior para a produção da pluma, atingindo 98,1 mil hectares. Considerando as duas safras, a área de algodão da SLC subirá 2,5%, totalizando 193,5 mil hectares.

No caso do algodão, o custo de produção deve cair 2%, o que frustrou as expectativas dos analistas da XP Investimentos, que esperavam uma redução maior. “Os custos de produção de algodão vieram cerca de 3% acima do nosso número, o que impactaria nossa margem bruta em aproximadamente 200 bps mantendo nossas premissas de preço”, afirmam em relatório os analistas Leonardo Alencar, Pedro Fonseca e Samuel Isaak.

Do lado positivo, eles destacaram que a empresa avançou no hedge para a próxima safra, especialmente no caso do algodão. Há cerca de um mês, a SLC não havia sequer começado a fazer o hedge de algodão, que agora atinge 20% da produção esperada, segundo o fato relevante divulgado ontem à noite. Também houve avanços nos hedges para a soja (48% da safra) e do milho (10%).

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