A ADM vai demitir entre 600 e 700 pessoas em todo o mundo para reduzir custos e conseguir lidar com o momento de fracos resultados e aumento das incertezas na política comercial e no mercado de biocombustíveis.
A medida, anunciada nesta terça-feira junto com o balanço do quarto trimestre, busca uma economia entre US$ 500 milhões e US$ 750 milhões entre três e cinco anos. Neste ano, que deve ser marcado por uma queda nos lucros da ADM pelo terceiro ano consecutivo, o corte de custos deve ficar entre US$ 200 milhões e US$ 300 milhões.
Em 2024, o lucro líquido ajustado da gigante norte-americana despencou 47%, para US$ 2,3 bilhões, informou a companhia nesta terça-feira. O resultado foi influenciado principalmente pelo negócio de serviços agrícolas e oleaginosas, que amargou uma queda de 40% no lucro operacional.
O ritmo mais lento das vendas dos agricultores e custos logísticos mais altos, relacionados a prejuízos relacionados a compromissos de take-or-pay, afetaram negativamente o negócio de originação na América do Sul, segundo a empresa.
Na operação de processamento, o lucro caiu 35%, com as margens afetadas pela maior oferta da América do Sul e condições estáveis de oferta e demanda.
Já a divisão de nutrição lucrou depois de um prejuízo no ano passado, enquanto a divisão de carboidratos (que inclui produtos como etanol) teve um desempenho praticamente estável.
Guidance
A ADM espera uma queda no lucro de 8% neste ano, considerando o ponto médio do intervalo de US$ 4 a US$ 4,75 informado no guidance nesta terça-feira. Os resultados da unidade de serviços agrícolas devem ficar estáveis ou cair em relação a 2024 com queda nas margens de processamento.
Diante do ambiente de negócios mais desafiador, a ADM vai buscar uma simplificação de seus negócios este ano, sendo mais seletiva nos investimentos, informou o CEO Juan Luciano.