A Agrogalaxy tomou mais R$ 30 milhões em empréstimos com o Aqua Capital, em uma linha de financiamento bastante vantajosa para a companhia (“CDI careca”, no jargão de mercado).
O dinheiro vem em seguida de outro empréstimo, de R$ 60 milhões, feito nas mesmas condições, também com o objetivo de suprir as necessidades de capital de giro em tempos de pedidos ainda atrasados de agricultores.
No primeiro semestre deste ano, a companhia teve um consumo de caixa operacional de R$ 156 milhões, ante um consumo de R$ 66 milhões no mesmo período do ano anterior. A geração de receita ainda enfrenta desafios, com uma queda de dois dígitos altos na comparação anual.
É um cenário que deve melhorar ao longo dos próximos meses, estima a companhia. De acordo com Eron Martins, CFO da Agrogalaxy, de abril até maio, clientes ainda estavam “com o freio de mão puxado”, num cenário que começou a se acelerar ao longo dos últimos dois meses.
Nos cálculos da companhia, os pedidos aumentaram 30% tanto em junho quanto em julho, na comparação com os mesmos períodos de 2023.
No fim de junho, a dívida líquida da Agrogalaxy somava R$ 1,5 bilhão, uma redução de quase 10% na comparação anual. Por enquanto, diante da redução nas vendas, a alavancagem está em cerca de 8 vezes.
A expectativa da gestão é de que o ritmo acelerado de compras impulsione o Ebitda da companhia daqui até o fim do ano, contribuindo para a redução do índice. Junto com isso, até o fim do ano, a estrutura de capital também pode ser beneficiada pela venda da participação na operação de sementes, um processo em curso desde fevereiro.
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Listada na B3, a Agrogalaxy está avaliada em R$ 325 milhões. No ano, as ações acumulam queda de 65%.