A área cultivada com milho safrinha no Brasil terá a primeira queda em seis anos na temporada 2023/24, refletindo os baixos preços do cereal —o indicador Esalq acumula queda de 27% neste ano.
Considerando as três safras, os agricultores brasileiros destinarão 21,2 milhões de hectares para o milho, uma queda de 5% em relação à safra 2022/23, mostram dados divulgados hoje pela Conab. Na safrinha, que concentra o maior volume de produção, a área deve cair 4,5% —será a primeira queda desde 2017-18. No ano passado, o plantio de milho já havia sofrido um pequeno recuo na safra de verão. Neste ano, a retração será de 6,7%.
A Conab também espera menor produtividade para o milho na safra 2023/24 —uma perda de 4,9% considerando as três safras. Como consequência, a produção total de milho do Brasil pode cair 9,5%, para 119,4 milhões de toneladas.
Já para a soja, todas as estimativas apontam para recordes. A produção deve chegar a 162 milhões de toneladas, um aumento de 4,8% ante a safra anterior. A área plantada com a oleaginosa deve subir 2,5%, para 45,2 milhões de hectares. A produtividade, até o momento, também é vista como a melhor já registrada, em 5.586 quilos por hectare.
O plantio de algodão também deve crescer, estimulado pelos preços mais atrativos em comparação com o milho, já que os dois produtos competem por área na segunda safra em algumas regiões. A área de algodão deve subir 2,9%, para o recorde 1,7 milhão de hectares. Já a produção da pluma deve cair em 5%, para 3 milhões de toneladas, devido a uma menor produtividade prevista.