Um dos protagonistas na concessão de crédito rural, o Sicredi espera crescer 17% nas concessões de crédito e alcançar R$ 66,5 bilhões na safra 2024/25. A estimativa soa otimista diante de um ambiente marcado pelo temor de inadimplência e da perspectiva de uma pequena variação na área plantada de soja — ou até de queda.
O segredo para crescer acima da média —o volume de crédito do Plano Safra, por exemplo, aumentará apenas 5% — está na capilaridade e na presença física do Sicredi nas cidades rurais. Além de ajudar num melhor planejamento, a proximidade com o agricultor tem ajudado o Sicredi a ganhar participação de mercado, segundo Thiago Rossoni, superintendente de agro do Sicredi.
No ano passado, pela primeira vez, o Sicredi ficou na segunda posição na concessão de crédito ao médio produtor por meio do Pronamp (o programa de crédito direcionado a esse público no Plano Safra), atrás apenas do Banco do Brasil. Com uma carteira agro de R$ 87,4 bilhões, o banco cooperativo é a segunda maior instituição financeira no setor.
Dos 700 mil associados do Sicredi que pertencem ao agro, 95% são médios e pequenos produtores, atendidos pelo Pronaf (programa de crédito dedicado à agricultura familiar).
Com mais de 2,7 mil pontos de atendimento nos principais polos produtivos do Brasil, a busca pela presença física continua: o Sicredi pretende abrir 250 novas agências até o final deste ano. Em cerca de 200 municípios, a cooperativa de crédito é a única instituição financeira com agências bancárias.
“Com a atuação local, conseguimos ter maior precisão e um planejamento mais acurado e próximo da demanda de crédito do agricultor”, afirmou Rossoni.
O avanço da CPR
Dos R$ 66,5 milhões que o Sicredi pretende emprestar aos seus associados nesta safra, R$ 20,5 bilhões deverão ser concedidos por meio de CPR (Cédula do Produtor Rural), instrumento de crédito que tem crescido nos últimos anos pela agilidade da operação.
“Há menos exigências para a liberação do crédito, menos fricção no processo. O associado pode contratar direto do campo por meio do nosso aplicativo”, diz Rossoni.
O custeio deve responder pela maior parcela do crédito (R$ 30,6 bilhões), enquanto R$ 14,1 bilhões serão liberados para investimento e R$ 1,3 bilhão para industrialização e comercialização.