Estratégia

BRF estreia na China com aquisição de fábrica por US$ 42 milhões

Anúncio do investimentos foi feito pelo presidente Lula, durante a visita do mandatário chinês, Xi Jinping. Investimento chegará a US$ 80 milhões

Visita de Xin Jinping ao Brasil. Presidente chinês é recebido por Lula
Durante a visita de Estado de Xi Jinping ao Brasil, Lula anunciou a aquisição de uma fábrica na China pela BRF| Crédito: Ricardo Stuckert/PR

Com dez anos de atraso, o sonho chinês da BRF vai acontecer. Depois de reduzir o endividamento brutalmente e gerar caixa suficiente para remunerar os acionistas e retomar os investimentos em crescimento, a dona da Sadia anunciou nesta quarta-feira a aquisição de uma fábrica de alimentos processados na China.

O M&A foi revelado nesta tarde pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva, durante a visita de Estado do mandatário chinês, Xi Jinping.

Ao todo, a BRF (BRFS3) vai investir US$ 80 milhões (o equivalente R$ 460 milhões) para adquirir uma fábrica na província de Henan e fazer uma ampliação, instalando duas linhas de produção de hambúrguer.

Com o investimento nas novas linhas, a fábrica terá a capacidade dobrada, chegando a 60 mil toneladas por ano, e deixando de ser apenas uma fábrica de empanados de frango. A expectativa é que a BRF assuma a fábrica chinesa ao longo do primeiro trimestre de 2025.

A incursão da BRF pelo território chinês marca a estreia de uma companhia brasileira de proteína animal no país asiático, um parceiro crucial para as exportações de carne bovina, suína e de frango. No ano passado, a dona da Sadia foi responsável por 5,8% da receita total.

A nova aquisição é também o segundo M&A internacional anunciado pela BRF em menos de um mês. No fim de outubro, a companhia assinou um acordo para a aquisição de uma participação minoritária na avícola saudita Addoha, um investimento de US$ 84,3 milhões (cerca de R$ 485 milhões) feito em parceria com o PIF, fundo soberano da Arábia Saudita.

Ao concretizar o investimento na China, a BRF retoma uma estratégia de expansão que fez parte de várias gestões anteriores, sem sucesso.

Em 2012, por exemplo, o então vice-presidente de mercado externo da companhia, Augusto de Doni, chegou a anunciar uma joint venture com a chinesa Dah Chong Hong para construir um abatedouro no país asiático. A ideia era concluir a fábrica até 2014, mas o plano não andou.

Agora, a vez da China finalmente chegou. Lek Trek vai precisar aprender mandarim.

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