A Minerva acaba de conseguir a aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para comprar um conjunto de frigoríficos da Marfrig. A transação foi aprovada por todos os conselheiros do Cade (6 a 0).
Anunciado em 28 de agosto do ano passado, o acordo de R$ 7,5 bilhões entre Minerva e Marfrig é o segundo maior M&A da história da indústria frigorífica brasileira, perdendo apenas para a compra do Bertin pela JBS, em 2009.
A aquisição vai transformar a Minerva em um player dominante na América do Sul, ficando com 30% de market share nas exportações de carne bovina da região.
Desde que a aquisição foi anunciada, há mais de um ano, a tramitação no Cade foi um ponto de atenção dos investidores e demorou mais do que a companhia gostaria.
Para conseguir a aprovação do Cade, a Minerva concordou em vender uma unidade em Pirenópolis (GO). Essa planta já foi um frigorífico da Marfrig, mas está desativada desde 2010 e atualmente não possui sequer nem equipamentos.
Na prática, a Minerva vai ter que vender um ativo imobiliário. O Cade exigiu a condição de vender a unidade de Pirenópolis diante dos riscos de concentração excessiva no abate de bovinos em Goiás.
A Marfrig não poderá fazer aquisições de frigoríficos nos Estados em que vendeu unidades, mas o órgão antitruste deixou aberta a possibilidade de entrar em outras regiões, flexibilizando exigências que existiam no contrato com a Minerva.
Além disso, a Marfrig está autorizada a ampliar a capacidade dos complexos industriais de Várzea Grande (MT) e Promissão (SP). Em agosto, o órgão técnico do Cade já havia retirado a restrição de ampliação da capacidade nos estados em que não havia ativos sendo vendidos pela Marfrig, como é o caso da planta paulista. As companhias também podem manter o contrato de fornecimento de carne entre elas.
A partir de agora o caso precisa transitar em julgado, o que deve levar alguns dias. Depois disso, a Marfrig tem 19 dias para transferir os frigoríficos para a Minerva. É altamente provável que a companhia da família Vilela de Queiroz assuma os ativos ao longo de outubro como o diretor financeiro Edison Ticle projetou em sua última entrevista ao The AgriBiz.