Os problemas na operação brasileira derrubaram as vendas globais da divisão de sementes da Syngenta no terceiro trimestre, em mais um indicativo das razões que motivaram a troca dos executivos que comandavam o negócio.
No terceiro trimestre, a receita global da Syngenta Seeds caiu 11%, atingindo US$ 800 milhões. O Brasil deu uma contribuição decisiva para esse resultado, como indicam os comentários feitos pela própria companhia.
No balanço divulgado nesta quinta-feira, a Syngenta informou que, entre todas as regiões de atuação da área de sementes, apenas a América Latina registrou queda no faturamento no acumulado do ano até setembro.
A receita da Syngenta com a venda de sementes aumentou 12% na região que compreende Europa, África e Oriente Médio (EMEA, sigla pela qual a área de negócios é conhecida), 5% na América do Norte, 8% na China e 19% na Ásia-Pacífico (excluindo China).
Na América Latina, no entanto, as vendas de sementes no acumulado do ano recuaram 15% ao longo do ano (e particularmente no terceiro trimestre), um reflexo do grande ajuste de estoques no Brasil. Segundo a Syngenta, trata-se de um ajuste não recorrente.
Com a queda no Brasil, a receita global da Syngenta Seeds perdeu vigor no acumulado do ano. De janeiro a setembro, cresceu apenas 3% e atingiu US$ 3,3 bilhões. Não fosse o ajuste de estoques na operação brasileira, o ritmo de crescimento seria maior.
Defensivos agrícolas
No divisão de proteção de cultivos, o mais importante para a Syngenta, as vendas globais caíram 9% ao longo de 2023, também um reflexo do processo de redução de estoques no Brasil. Ao todo, a receita da divisão atingiu US$ 11,5 bilhões.
Em todas as áreas, as vendas da Syngenta atingiram US$ 24,3 bilhões (queda de 3%), com um Ebitda de US$ 3,5 bilhões, o que implica uma margem de 6,9%.