Estoques

Como o Brasil derrubou as vendas globais de sementes da Syngenta

Entre todas as regiões de atuação da área de sementes, apenas a América Latina registrou queda no faturamento em 2023

Os problemas na operação brasileira derrubaram as vendas globais da divisão de sementes da Syngenta no terceiro trimestre, em mais um indicativo das razões que motivaram a troca dos executivos que comandavam o negócio.

No terceiro trimestre, a receita global da Syngenta Seeds caiu 11%, atingindo US$ 800 milhões. O Brasil deu uma contribuição decisiva para esse resultado, como indicam os comentários feitos pela própria companhia.

No balanço divulgado nesta quinta-feira, a Syngenta informou que, entre todas as regiões de atuação da área de sementes, apenas a América Latina registrou queda no faturamento no acumulado do ano até setembro.

A receita da Syngenta com a venda de sementes aumentou 12% na região que compreende Europa, África e Oriente Médio (EMEA, sigla pela qual a área de negócios é conhecida), 5% na América do Norte, 8% na China e 19% na Ásia-Pacífico (excluindo China).

Na América Latina, no entanto, as vendas de sementes no acumulado do ano recuaram 15% ao longo do ano (e particularmente no terceiro trimestre), um reflexo do grande ajuste de estoques no Brasil. Segundo a Syngenta, trata-se de um ajuste não recorrente.

Com a queda no Brasil, a receita global da Syngenta Seeds perdeu vigor no acumulado do ano. De janeiro a setembro, cresceu apenas 3% e atingiu US$ 3,3 bilhões. Não fosse o ajuste de estoques na operação brasileira, o ritmo de crescimento seria maior.

Defensivos agrícolas

No divisão de proteção de cultivos, o mais importante para a Syngenta, as vendas globais caíram 9% ao longo de 2023, também um reflexo do processo de redução de estoques no Brasil. Ao todo, a receita da divisão atingiu US$ 11,5 bilhões.

Em todas as áreas, as vendas da Syngenta atingiram US$ 24,3 bilhões (queda de 3%), com um Ebitda de US$ 3,5 bilhões, o que implica uma margem de 6,9%.

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