A Conab revisou a sua estimativa para a produção de milho segunda safra, que deve alcançar 90 milhões de toneladas. Apesar de 2 milhões de toneladas terem sido adicionadas à conta da safrinha, o novo número ainda é inferior às expectativas de mercado.
Em comparação com a safra anterior, a colheita da segunda safra de milho deve cair 12%. Além de uma retração na área plantada de quase 6%, a intensidade do El Niño prejudicou a produtividade. Até o início de julho, a colheita de milho safrinha estava 48% concluída, segundo o novo relatório de grãos da Conab, divulgado na manhã desta quinta-feira.
A revisão da estimativa ocorre devido às melhores chuvas ao longo do período de desenvolvimento, principalmente no Mato Grosso, Pará, Tocantins e parte de Goiás. Em contrapartida, a irregularidade e ausência das chuvas durante o desenvolvimento do cereal prejudicou as regiões do noroeste paranaense, São Paulo e boa parte do cultivo no Mato Grosso do Sul. Em outros estados, como Minas Gerais e Piauí, houve problemas causados pela infestação de pragas, como a cigarrinha do milho e lagartas.
Para toda a safra 2023/24, a Conab prevê uma produção total de 116 milhões de toneladas de milho, uma queda de 12% comparada à safra anterior. Além da queda de 6% na área plantada, principalmente na safrinha, a produtividade também recuou 6%.
Mais arroz
A Conab também ajustou para a cima a sua estimativa para a produção de arroz, de 10,4 milhões para 10,6 milhões de toneladas. Apesar da catástrofe climática que atingiu o Rio Grande do Sul, principal estado produtor, a produção brasileira cresceu 5,5% devido ao aumento de 8,6% na área de cultivo em relação à safra anterior.
O consumo nacional foi estimado em 11 milhões de toneladas na safra 2023/24, um aumento de aproximadamente 700 mil toneladas em comparação ao levantamento anterior. Assim, a demanda doméstica pelo alimento seria praticamente igual à oferta nacional, considerando estoque inicial de 400 mil toneladas.
Com os ajustes em milho e arroz, a Conab elevou sua previsão para a produção brasileira de grãos em 0,6%, para 299,27 milhões de toneladas na safra 2023/2024. Apesar da queda de 6,4% em relação à safra anterior, trata-se da segunda maior safra brasileira.
Com a colheita de soja finalizada, a estimativa de produção foi mantida em 147,3 milhões de toneladas, uma redução de 4,7% em comparação à safra anterior.