Em um momento de spreads amassados no mercado de CRAs, a oferta de R$ 2 bilhões da Marfrig encontrou uma demanda pouco maior do que o volume da emissão, totalizando R$ 2,4 bilhões, apurou The AgriBiz. O volume não foi suficiente, portanto, para exercer o lote adicional de 25%, ou R$ 500 milhões.
Os títulos foram divididos em quatro séries, com prazos de sete a quinze anos. Metade do montante foi alocado na terceira série da emissão, que vence em dez anos e saiu no teto, com um prêmio de 0,55% sobre a NTN-B33 (ou IPCA+7,3%).
Outros R$ 514 milhões foram alocados na segunda série, que vence em sete anos e saiu mais amassada do que o anunciado na data da oferta, com um desconto de 0,15% no spread, fechando em DI30+0,30% (ou juros prefixados de 13,34%).
Investidores alocaram ainda R$ 255 milhões na quarta série, que vence em quinze anos e saiu no teto, a NTN-B40+0,85% (ou IPCA+7,5%) e, por fim, outros R$ 152 milhões na primeira série, que vence em sete anos e saiu a CDI+0,35%, um desconto de 0,10% em relação ao spread anunciado na data do anúncio da emissão.
A emissão da companhia vem na esteira do apetite desenfreado por títulos de crédito privado neste ano — hoje próximo até a um ponto de ruptura, como afirmam agentes de mercado.
Enquanto a virada não vem, a companhia de Marcos Molina conseguiu seu espaço no grupo dos emissores high grade que puderam melhorar o perfil de seu endividamento, alongando vencimentos e reduzindo custos financeiros.
No trimestre encerrado em junho, a dívida líquida da Marfrig era equivalente a 3,38 vezes o Ebitda em reais, levemente abaixo de 3,43 vezes no primeiro trimestre deste ano.