O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) reduziu sua estimativa para a safra 2023/24 de soja do Brasil em 2 milhões de toneladas, para 161 milhões de toneladas. A mudança, que já era esperada, reflete o clima quente e seco registrado nos últimos meses em Mato Grosso e no nordeste do Brasil, segundo o relatório de oferta e demanda divulgado nesta sexta-feira.
Com menor produção no Brasil, o USDA cortou sua estimativa para a produção global na atual safra em 1,5 milhão de toneladas — as perdas no Brasil foram parcialmente compensadas por elevações na Rússia e no Canadá.
Na quinta-feira, a Conab também reduziu a sua estimativa para a produção de soja para 160,2 milhões de toneladas, enquanto consultorias privadas já veem a safra abaixo deste patamar devido às condições adversas do clima.
Apesar da menor oferta, o USDA aumentou a sua estimativa para as exportações do Brasil de 97,5 milhões para 99,5 milhões de toneladas na temporada 2023/24. O ano comercial considerado pelo USDA começa em outubro, e o ritmo forte dos embarques ainda neste final de ano — o que não é usual— levou o órgão americano a elevar a sua expectativa para os embarques na safra 2023-24.
O USDA também ampliou a estimativa para as importações chinesas em 2 milhões de toneladas, para 102 milhões de toneladas. O Brasil, maior exportador de soja do mundo, direciona cerca de 70% de seus embarques para a China.