Sanidade

Embargo japonês ao frango atinge unidades de BRF e JBS

Mato Grosso do Sul exporta cerca de 2,5 mil toneladas de carne de frango por mês ao Japão, o equivalente a 0,7% das exportações do Brasil

A decisão do Japão de suspender temporariamente as importações de carne de frango do Mato Grosso do Sul afeta unidades da JBS e da BRF, as duas principais exportadoras do país. Ambas possuem unidades no Estado autorizadas a vender carne ao Japão, um dos principais importadores de aves do Brasil.

O país asiático anunciou a suspensão temporária após o registro de gripe aviária em uma criação doméstica em Mato Grosso do Sul. O Estado exporta cerca de 2,5 mil toneladas de carne de frango por mês ao Japão, o equivalente a 0,7% das exportações do Brasil, segundo dados da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal). Além da BRF e da JBS, a Bello Alimentos também exporta frango ao Japão.

O impacto da decisão japonesa nas exportações totais do Brasil e das companhias deve ser pequeno, mas ela exigirá uma reorganização do fluxo de exportação.

Todas as plantas localizadas em Mato Grosso do Sul são de empresas com operação em outros Estados, segundo a ABPA. Dessa forma, elas devem redirecionar a produção sul mato-grossense para outros países com o objetivo de minimizar os impactos da suspensão.

Em nota, a associação lembrou que a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) recomenda a suspensão de embarques apenas em ocorrências em produção comercial, o que não nunca ocorreu no Brasil. 

A detecção do vírus da influenza aviária de alta patogenicidade em uma criação de aves doméstica em Bonito (MS) foi confirmada na segunda-feira pelo Ministério da Agricultura.

Trata-se do terceiro caso detectado em criações de subsistência no Brasil. Entre julho e agosto, as exportações de Santa Catarina ao Japão ficaram suspensas por cerca de 30 dias pelo mesmo motivo.

Após o episódio, o Japão chegou a sinalizar que poderia adotar a regionalização por município no protocolo sobre influenza aviária (caso o vírus seja detectado apenas em criações de subsistência). Mas o acordo, que poderia evitar novas suspensões como a de Mato Grosso do Sul, não avançou.

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