A GDM, gigante argentina que domina o mercado de genética de soja no Brasil, acaba fechar mais uma aquisição, dobrando a aposta na diversificação para ampliar a participação da companhia no negócio de milho.
Em uma transação anunciada nesta segunda-feira, a GDM chegou a um acordo para comprar os negócios da alemã KWS na América do Sul. Os ativos incluem unidades de sementes de milho e sorgo no Brasil e milho na Argentina.
“A força do negócio da KWS na América do Sul cria uma sinergia e fortaleza para avançarmos no mercado, tornando a GDM uma empesa líder em culturas extensivas”, disse a companhia, em um comunicado assinado pelo CEO Ignário Bartolomé.
Esse é o segundo M&A da GDM em menos de um ano. Em setembro, os argentinos adquiriram a brasileira Biotrigo, companhia de melhoramento genético do trigo fundada pelos irmãos André Cunha Rosa e Ottoni Rosa Filho no Paraná.
Em entrevistas recentes, executivos da GDM já vinham indicando a estratégia para crescer em milho. À Globo Rural, Santiago De Stefano, diretor global de negócios da GDM no Brasil, chegou a dizer que a companhia vislumbra atingir 10% do mercado de híbridos de milho.
A ideia é que milho e trigo passem a representar mais do faturamento da GDM, que ainda é muito concentrado em soja (80%). A ideia é que, antes de 2030, os dois cereais respondam por 40% das vendas da companhia.
Globalmente, a GDM fatura mais de US$ 700 milhões. No Brasil, de longe o principal mercado da companhias, as vendas somaram R$ 1,5 bilhão em 2022.
Nos últimos anos, a companhia passou a emitir títulos no mercado de capitais brasileiro. Com grau de investimento em moeda local (AA- pela S&P), o GDM emitiu CRAs que fazem parte do portfólio de fundos como o CRAA11, o Fiagro da Sparta.
A compra dos ativos da KWS ainda depende da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).