Biocombustíveis

Inpasa e FS são fortes candidatas a um acordo com Petrobras para etanol, diz BTG

Ações da São Martinho subiram 5% na última sexta-feira, mas companhia ainda fica aquém da capacidade almejada pela petroleira

A perspectiva de um acordo para a entrada da Petrobras no etanol de milho movimentou as ações da São Martinho na última sexta-feira, trazendo uma valorização de 5% para os papéis. Mas, para o BTG Pactual, a companhia não é a candidata mais provável para um acordo com a petroleira: Inpasa e FS podem tomar a frente.

A justificativa para as empresas serem as favoritas — as maiores empresas privadas de etanol de milho — estão ligadas à ambição da Petrobras de chegar aos 2 bilhões de litros em produção de etanol de milho.

Recentemente, a São Martinho entrou no mercado de etanol de milho por meio de um projeto greenfield de 200 milhões de litros anuais, o equivalente a cerca de 20% de sua produção total de etanol. O volume passa longe de ser inexpressivo, mas está ainda muito distante da meta anunciada pela estatal.

Isso não significa, entretanto, que as ações da São Martinho não apresentem boas perspectivas: os analistas veem um valuation descontado para a companhia e um cenário favorável para a produção de açúcar e para a safra 2025/26.

Mas ressaltam que os investidores não devem apostar na valorização das ações baseados em um possível acordo com a Petrobras. “Para nós, o envolvimento da Petrobras é mais uma ameaça de longo prazo do que uma oportunidade para o setor”, escrevem. Nesta segunda, as ações da São Martinho caem 1%, devolvendo parte da alta do pregão passado.

Ao mesmo tempo em que a entrada da Petrobras pode abrir oportunidades de ganhos, os analistas destacam possíveis riscos com essa (eventual) nova dinâmica no setor. Um deles é o de sobreoferta de etanol no futuro, o que poderia afetar o equilíbrio da indústria, pois investimentos superiores a R$ 20 bilhões já foram anunciados em expansão da capacidade de produção.

Para os analistas, o setor que não precisa de capital adicional. A produção de etanol de milho vem crescendo rapidamente nos últimos anos, e hoje já responde por um quarto da produção total do biocombustível no País. 

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