Inovação

JBS dá mais um passo rumo à carne cultivada

JBS assina acordo com UFSC para estudos no centro de pesquisas sobre proteína cultivada que a empresa está construindo em Florianópolis

A JBS assina nesta segunda-feira um memorando de entendimentos com a Universidade Federal de Santa Catarina para cooperação mútua em estudos e pesquisas sobre proteína cultivada —carne produzida em laboratório a partir de células de animais.

Por meio de parcerias com a academia —o acordo com a UFSC deve ser o primeiro de muitos—, a JBS busca pesquisas para aumentar a escala e reduzir os custos de produção. A companhia está construindo um centro de pesquisa, desenvolvimento e inovação em proteína cultivada em Florianópolis, com previsão de entrega em 2024.

A proteína cultivada está na estratégia das grandes indústrias de alimentos para o futuro do mercado de proteínas, à medida que os produtos plant-based têm perdido apelo junto a consumidores e investidores com seus métodos ultraprocessados de produção e custos ainda elevados.

Projeto do centro de pesquisa em proteína cultivada que a JBS vai inaugurar em 2024 em Florianópolis | Crédito: Divulgação

Os investimentos no JBS Biotech Innovation Center, o centro de pesquisa de Florianópolis, devem totalizar US$ 62 milhões, incluindo a instalação de uma planta piloto e de um módulo básico em escala industrial para testar a viabilidade técnica e econômica da carne cultivada. A ideia é que o centro seja uma referência para outras plantas de processamento de proteína cultivada que a JBS venha a construir em outros países.

Com uma equipe de 25 pós-doutores, o centro é liderado pelos cientistas Luismar Marques Porto, pesquisador visitante em Harvard e no MIT, e Fernanda Vieira Berti, que criou uma startup que trabalha com medicina regenerativa e células-tronco voltadas ao tratamento de animais.

No exterior

A empresa já desenvolve pesquisas em proteína cultivada na Espanha por meio da Biotech Foods, onde comprou uma participação majoritária (51%) em 2021 por US$ 100 milhões. A empresa espanhola, uma das líderes no setor na Europa, atualmente opera uma planta piloto na cidade de San Sebastián.

Quando estiver em fase comercial, a proteína cultivada deve ser vendida em alimentos preparados, como hambúrgueres e almôndegas. A tecnologia também tem potencial para a produção de outras proteínas além da bovina, como a de frango, suínos e de pescados.

Mais Notícias