Os irmãos Joesley e Wesley Batista, donos da J&F — a holding que controla a JBS —, acabam de retornar ao conselho de administração da Pilgrim’s Pride, empresa americana de carne de frango controlada pela gigante brasileira da proteína animal.
O movimento é mais uma etapa do processo de reabilitação pública dos empresários. É a primeira vez que os dois passam a integrar o conselho de uma empresa listada em bolsa desde 2017, quando fecharam a delação premiada que sacudiu o Brasil e rendeu até nome para um pregão (o emblemático Joesley Day).
No ano passado, Joesley e Wesley já haviam conseguido uma ampla vitória na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O colegiado da xerife do mercado de capitais brasileiro absolveu os irmãos de todas as acusações de insider trading relativas aos desdobramentos da delação. Na época, a J&F disse que a decisão da CVM “desfez uma injustiça”.
Aos poucos, os irmãos puderam voltar aos holofotes, participando de missões empresariais na China, Arábia Saudita, além de feiras de alimentos como a Anuga, na Alemanha.
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No conselho da Pilgrim’s Pride, Joesley e Wesley assumem a vaga que pertencia à Wesley Batista Filho (CEO da JBS USA) e Joanita Karoleski (ex-presidente da Seara).
A nomeação também indica que os reguladores americanos não devem ter qualquer problema com a dupla, um bom sinal para o processo de listagem da JBS na bolsa de Nova York.
“Wesley e Joesley possuem décadas de experiência operacional e de gestão na indústria de alimentos e ambos são mundialmente reconhecidos pela sua perspicácia empresarial e capacidade de fornecer resultados a longo prazo, incluindo a participação ativa na recuperação do desempenho pós-falência da Pilgrim’s”, destacou a Pilgrim’s, em um comunicado.
A indicação dos irmãos Batista foi aprovada por unanimidade pelo conselho da Pilgrim’s, que é composto por nove membros, dos quais cinco independentes: Raul Padilha, Wallim Vasconcellos, Arquimedes Celis, Ajay Menon e Farha Aslam.
Listada na Nasdaq, a Pilgrim’s está avaliada em US$ 6,5 bilhões. A JBS possui mais de 80% das ações da indústria de carne de frango.
