Cadê a demanda?

John Deere demite nos Estados Unidos, outra vez

Mesmo no cenário adverso para a indústria de máquinas, os investidores da John Deere têm reiterado o voto de confiança na companhia, com alta das ações

A tíbia demanda por máquinas agrícolas continua desafiando a americana John Deere, maior fabricante global. Em uma decisão anunciada nesta quarta-feira, o grupo decidiu demitir cerca de 300 funcionários que trabalham nas fábricas nos Estados de Illinois e Iowa.

Há poucos meses, a companhia já havia demitido 1,8 mil pessoas. Ao todo, a fabricante de colheitadeiras emprega cerca de 83 mil pessoas. “Como temos dito repetidamente, as demissões feitas neste ano fiscal devem-se ao enfraquecimento da economia agrícola”, justificou a companhia.

A declaração da John Deere é também uma tentativa de se precaver às críticas políticas, notou a Bloomberg. Recentemente, o candidato à presidência Donald Trump ameaçou taxar a companhia de tratores por causa da decisão de transferir parte da produção para o México.

Nos primeiros nove meses do atual exercício fiscal, a receita líquida da Deere caiu 11%, para US$ 40 bilhões. Na divisão agrícola, a mais importante da companhia, a queda foi ainda maior, de 25%.

Mesmo nesse cenário, os investidores têm reiterado o voto de confiança na companhia, reflexo do histórico de rentabilidade da indústria. Na última década, a distribuição de dividendos aumentou 10% ao ano. De 2018 a 2023, os acionistas da Deere tiveram um retorno superior apo S&P 500.

Em doze meses, as ações da Deere sobem 4,8%, enquanto a concorrente AGCO amarga uma queda de 16%. Na bolsa, a Deere está avaliada em US$ 112 bilhões, negociando a 8,3 vezes o Ebitda estimado para os próximos 12 meses.

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