Dança das cadeiras

Jonas Hipólito, um jovem “fora da curva” no comando da Biotrop

Antonio Carlos Zem, que liderou a construção da Biotrop, ocupará uma posição no conselho global da holding BioFirst

Fábrica da Biotrop

Antonio Carlos Zem, o carismático biólogo que liderou a construção da Biotrop, deixará a presidência da fabricante de insumos biológicos, passando o bastão para o jovem Jonas Hipólito, um executivo que é apontado por muitos concorrentes como um dos mais talentosos de sua geração.

Aos 35 anos, Hipólito assume como CEO da Biotrop com uma bagagem relevante. Engenheiro agrônomo pela Esalq, cofundou a companhia ao lado de Zem e foi o responsável por muitas das inovações que alçaram o negócio à liderança no mercado de biológicos.

“Ele é fora da curva. Todos os projetos e as estratégias bem-sucedidas na Biotrop foram criadas de alguma forma por ele. O Zem encampava e validava”, disse um investidor que transita com desenvoltura pela indústria de biológicos.

Na Biotrop, Hipólito ocupava o cargo de diretor de estratégia e inovação, um tema que o interessa desde a formação acadêmica. Na França, o executivo fez o mestrado em produção vegetal sustentável.

Agora, o jovem executivo vai liderar uma estratégia com aspiração global. Atualmente, a Biotrop já comercializa a seus produtos no Paraguai, Argentina, Bolívia, Uruguai, Colômbia, Equador, Peru, União Europeia e Estados Unidos, mas o negócio pode ficar ainda maior.

A ambição de longo prazo é transformar a Biotrop em uma dez maiores companhias de proteção de cultivos do mundo, rivalizando em porte com as agroquímicas mesmo detendo um portfólio com apenas produtos biológicos.

A interlocutores, o executivo já disse mais de uma vez que o futuro 100% biológico é inevitável. “Daqui a 30 anos, a ‘nova Bayer’ vai ser biológica e ele pode ser o CEO dessa empresa”, resumiu uma fonte, citando a gigante alemã de defensivos químicos e sementes.

Na tarefa de dar escala global à Biotrop, Hipólito terá o mentor Zem ao seu lado. O biólogo deixa as funções executivas, mas passará a ocupar um cargo estratégico no board global da BioFirst, holding criada pelos belgas da Biobest, que comprou o controle da Biotrop por R$ 2,8 bilhões.

No conselho, Zem deve contribuir com as demais divisões do grupo belga, o que inclui negócios em macrobiológicos, fungos e até distribuição.

Ao passar o bastão, Zem deixa um legado e tanto. Nos sete anos em que liderou a Biotrop, a empresa superou R$ 760 milhões em receita e multiplicou a sua capacidade produtiva, impondo uma concorrência de peso a empresas consolidadas como a Koppert.

Em agosto do ano passado, a Biotrop duas fábricas, em Curitiba (PR) e em Jaguariúna (SP), após investir mais de R$ 100 milhões, deixando o terreno preparado para o crescimento dos próximos anos.

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