Em uma sinalização de que não esqueceu da estrutura de capital, a Marfrig anunciou nesta segunda-feira que resgatou US$ 81,1 milhões (cerca de R$ 400 milhões) em bonds, reduzindo a dívida bruta.
A companhia resgatou e cancelou parte dos títulos que venciam em 2026, 2029 e 2031, pelos quais pagava juros anuais entre 3,95% e 7%.
“A administração destaca que a recompra e cancelamento dos bonds da companhia reforçam seu compromisso com a disciplina financeira, e fazem parte da estratégia de melhor alocação de capital, de redução do endividamento e do custo financeiro da Marfrig”, disse a empresa.
A mensagem é uma resposta a dúvidas que surgiram nas últimas semanas à medida em que a Marfrig usou a liquidez adicional (venda dos ativos à Minerva e aumento de capital privado) para aumentar a participação na BRF.
Num relatório publicado na semana passada, os analistas do BTG Pactual disseram que, do ponto de vista dos minoritários, a melhor decisão para a Marfrig seria pagar dívidas, e não aumentar sua fatia na dona da Sadia ainda mais.
A avaliação é que o endividamento bruto é o grande fator de pressão sobre o preço das ações da Marfrig. No acumulado deste ano, os papéis da companhia de Marcos Molina caíram 12,8%. A empresa está avaliada em quase R$ 7 bilhões.