Aproveitando o excedente de caixa que vai levantar com o aumento de capital privado e os preços ainda baixos das ações da BRF, a Marfrig voltou às compras. Agora, a empresa de Marcos Molina já possui mais de 40% das ações da dona da Sadia.
A informação acaba de ser divulgada pela BRF, num comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Pelas regras da xerife do mercado de capitais brasileiros, todo acionista deve notificar o mercado a cada vez que ultrapassar um intervalo de 5% de participação.
A Marfrig já vem aumentando sua posição na BRF há duas semanas. Na terça-feira passada, a companhia de Marcos Molina comunicou ter ultrapassado a barreira dos 35%, na primeira aquisição desde a exclusão da poison pill. Agora, chegou a 40,05%.
Com o aumento da participação na BRF, a Marfrig reforça a decisão de ampliar foco em alimentos com valor agregado, estratégia que também motivou a recente venda de ativos à rival Minerva Foods.
A julgar pelo movimento recente, a Marfrig entende que as ações da dona da Sadia estão baratas. Mesmo com a valorização de 21% no acumulado do ano, os papéis da BRF ainda estão muito abaixo dos níveis de 2021, quando a empresa de Molina comprou quase um terço do capital da companhia.
Atualmente, as ações da BRF negociam abaixo de R$ 10 e a companhia vale R$ 16,3 bilhões na bolsa. Em maio de 2021, a Marfrig pagou mais de R$ 20 pelos papéis da BRF.
A Marfrig também está mais capitalizada. Além do R$ 1,5 bilhão que embolsou com o adiantamento da venda dos ativos a Minerva, a companhia está concluindo um aumento de capital cujas expectativas iniciais devem ser superadas, chegando próximo de R$ 2,1 bilhão.