As ações da Minerva Foods dispararam nesta quinta-feira, liderando o Ibovespa e dando um calor nos investidores que montaram uma substancial posição vendida da companhia.
Os papéis da companhia da família Vilela de Queiroz subiram 9,38% nesta quinta-feira, em um pregão dominado pelas ações dos frigoríficos no topo do Ibovespa. Depois da Minerva, vieram JBS e Marfrig, subindo mais de 4%.
“O short em Minerva estava muito alto. Pode estar havendo um squeeze”, disse um analista.
De fato, o número de ações alugadas da Minerva estava em um dos maiores níveis em muitos anos. Até ontem, a companhia era a décima mais shorteada da bolsa, com mais de 23% do free float alugado, segundo dados do TC.
Ontem, a posição de ações da Minerva alugada valia quase R$ 382 milhões, enquanto o market cap total da empresa está em R$ 3,7 bilhões.
Além das questões técnicas, não é uma coincidência que a disparada da Minerva ocorra no mesmo dia da teleconferência com analistas realizadas pela Marfrig, após a divulgação dos resultados.
Para outro analista, a opção da Marfrig por segregar os resultados continuados (ou seja, os ativos que restarão após a venda de diversos frigoríficos à Minerva) dos descontinuados deu mais elementos sobre o negócio que a companhia dos Vilela de Queiroz vai assumir, ainda que as vendas intercompanhia dificultem a leitura.
No primeiro trimestre, as operações descontinuadas da Marfrig (o que representa, basicamente, os ativos que a Minerva comprou) tiveram uma receita líquida de R$ 750 milhões, com um lucro líquido de R$ 34 milhões e R$ 138 milhões de geração de caixa operacional.
Para assumir as operações que comprou da Marfrig por R$ 7,5 bilhões, a Minerva ainda aguarda o aval do Cade, um processo que vem demorando bem mais do que se esperava e ajudou a contaminar o humor dos investidores. Desde o anúncio do M&A, as ações ainda caem 34%.