Usinas

Na São Martinho, queimadas vão reduzir produção de açúcar

Empresa vai moer a cana atingida por incêndio, mas perda de eficiência no processo industrial reduzirá produção de açúcar em 110 mil toneladas

A São Martinho, uma das principais produtoras de açúcar e etanol do Brasil, teve 20 mil hectares de cana-de-açúcar atingidos pelos incêndios generalizados em São Paulo entre segunda-feira (22) e domingo (25), o que resultará em uma menor produção de açúcar.

A cana afetada será processada nos próximos dias, sem impactos significativos no guidance de Açúcar Total Recuperável (ATR) para a safra 2024/25. Mas haverá redução na eficiência do processo industrial de conversão do ATR em açúcar. “Com isso, estima-se uma redução de 110 mil toneladas de açúcar, compensada por um aumento proporcional na produção de etanol”, disse a São Martinho em comunicado ao mercado.

No guidance divulgado em junho, a São Martinho esperava produzir 1,55 milhão de toneladas de açúcar, um crescimento de 6% em relação à temporada anterior. A projeção de moagem era de 22,4 milhões de toneladas de cana.

A empresa também informou que, para preservar a produtividade nas safras seguintes, vai aumentar os investimentos em tratos culturais em R$ 70 milhões em relação ao anteriormente indicado no guidance para 2024/25. O capex total da companhia para a safra foi estimado em R$ 2,5 bilhões, dos quais R$ 1,9 bilhão era dedicado à manutenção.

Nesta segunda-feira, a ação da São Martinho esteve entre as maiores altas do Ibovespa, fechando com valorização de 3,6% na esteira dos ganhos do açúcar em Nova York.

Entre os players do setor na Bolsa, a São Martinho é a mais exposta aos preços das commodities, tendo sua receita basicamente composta apenas por açúcar e etanol. Por isso, seu desempenho acaba sendo mais influenciado pelos altos e baixos do açúcar no mercado futuro.

Mais Notícias